Zema afasta secretário da Saúde após suspeita de furar fila da vacinação
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO-MG), anunciou o afastamento do secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, depois de denúncias sobre possíveis irregularidades na vacinação de servidores da pasta que não estão no grupo prioritário. Segundo Zema, assumirá o cargo o médico Fábio Baccheretti, atual presidente da Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), responsável pela gestão das unidades hospitalares do estado.
O próprio secretário também admitiu ter recebido a dose do imunizante, mas afirmou que não houve irregularidades pois alega que ele e sua equipe fazem parte da força-tarefa que acompanha as ações de combate ao coronavírus no estado, o que caracterizaria uma situação de risco pela participação em reuniões e visitas a locais com casos de covid-19.
"Comunico o afastamento do Dr. Carlos Eduardo da Secretaria Estadual de Saúde. Agradeço o trabalho que realizou à frente da secretaria, em especial no combate à pandemia e na gestão para a futura retomada das obras dos Hospitais Regionais no Estado", disse Zema, mas sem explicar o episódio que levou ao afastamento.
A CGE (Controladoria-Geral do estado de Minas Gerais) abriu no início da semana uma apuração para investigar possíveis irregularidades. O MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) e a PF (Polícia Federal) também investigam o caso.
O secretário afirmou ontem que há servidores da pasta que não estão nos grupos prioritários e, por isso, seriam vacinados posteriormente. "De forma nenhuma vacinamos a secretaria estadual de saúde... Nós temos inúmeros servidores que ficarão para depois uma vez que não estão nos grupos prioritários", explicou.
Amaral alegou também que ele e os demais servidores receberam a vacina após a distribuição de doses suficientes para imunizar 82% dos trabalhadores da área da saúde em Minas Gerais. Dos cerca de 6 mil funcionários da SES (Secretaria Estadual de Saúde), 500 foram imunizados até o momento, entre concursados e outros cargos de confiança.
Em Minas Gerais, a ordem dos grupos prioritários é a seguinte
- Profissionais de saúde
- Idosos com mais de 80 anos
- Idosos com mais de 60 anos que vivem em lares de longa permanência
- Indígenas que vivem em reservas legais
- Pessoas com deficiência e que vivem em lares de longa permanência
Caso a CGE encontre irregularidades, um processo administrativo disciplinar será aberto para punição dos envolvidos. Além da controladoria, o Ministério Público de Minas Gerais e a Polícia Federal também deram início a uma investigação para apurar se houve alguma irregularidade no processo de vacinação dos servidores.
Secretaria alega que vacinados estão em grupos prioritários
Em nota, a SES informou que os servidores vacinados se enquadram nos grupos prioritários, pois são profissionais da área da Saúde e que têm contato com o público.
"A decisão foi tomada por deliberação entre os gestores municipais e estaduais por meio da Comissão Intergestores Bipartite do SUS MG - CIB, de 9 de fevereiro de 2021 que esclareceu que fazem parte dos grupos iniciais prioritários da vacinação os trabalhadores das Secretarias Municipais de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e órgãos estaduais de saúde que, em razão de suas atividades, tenham contato com o público", disse.
Em relação à investigação do MP, a secretaria afirmou que aguarda notificação para responder.
Novo secretário
Na manhã desta sexta-feira (12), Zema anunciou que o cargo ficará com o médico Fábio Baccheretti, atual presidente da Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), responsável pela gestão das unidades hospitalares do estado.
"Seu trabalho no combate à pandemia, desde o início, colaborou para os resultados relevantes em expansão de leitos e referência clínica no combate à covid-19, garantindo a Minas um dos melhores resultados dentre todos os estados do país", disse o governador sobre o médico.
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