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RJ estende toque de recolher a todo estado e fecha bares às 23h

Para conter a covid-19 no RJ, passa a ficar proibida a permanência de pessoas na rua entre 23h e 5h - Adriano Ishibashi/Estadão Conteúdo
Para conter a covid-19 no RJ, passa a ficar proibida a permanência de pessoas na rua entre 23h e 5h Imagem: Adriano Ishibashi/Estadão Conteúdo

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

12/03/2021 13h35Atualizada em 12/03/2021 14h55

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC), anunciou hoje o endurecimento de medidas de restrição para atividades econômicas e circulação de pessoas no estado. Elas serão publicadas hoje no Diário Oficial e terão validade até a próxima quinta (18), quando serão reavaliadas.

As medidas incluem o toque de recolher entre 23h e 5h, o fechamento de bares e restaurantes às 23h (mas as prefeituras poderão antecipar o horário) e o funcionamento do comércio em horários escalonados.

As decisões foram definidas após reunião com prefeitos fluminenses e empresários de diversos setores. Até então, Cláudio Castro, que é aliado do presidente Jair Bolsonaro, vinha resistindo em adotar o endurecimento de restrições no estado.

As medidas anunciadas

  • Fechamento de bares e restaurantes às 23h - podendo cada prefeitura antecipar a hora de fechamento
  • Limitação de público em bares e restaurantes - a lotação permitida é 50% da capacidade
  • Proibida a permanência na rua entre 23h e 5h
  • Comércio funcionará com horários escalonados
  • Proibida a realização de rodas de samba e eventos em boates
  • Bancas de jornal estão proibidas de vender bebidas alcoólicas
  • Parques, museus, academias e espaços de recreação infantil devem funcionar com 50% da capacidade
  • Escolas permanecerão abertas.

O governador anunciou ainda que os municípios se uniram em prol da compra de imunizantes contra a covid-19 e a realização de um calendário integrado de vacinação.

Troca de farpas entre Doria e Castro

Nessa semana, Cláudio Castro havia sido alvo de críticas do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que lamentou que o governo do Rio não tenha apoiado as medidas de avanço das restrições para conter a transmissão da covid-19.

"Lamento que o Rio de Janeiro, onde vivi parte da minha vida e conheci a minha esposa e tenho tantos e tantos amigos, ao invés de ter medidas que restrinjam —e com isso protejam a sua população— façam exatamente o caminho oposto. Mas não cabe a mim fazer esse juízo. Esse juízo deve ser da população do Rio de Janeiro", afirmou Doria.

Castro rebateu dizendo que quem cuida do governo fluminense é ele e recomendou um chá ao colega.

Respeito o governador de SP. Reconheço sua liderança, mas acho que está fora do tom. Espero que sua atitude não seja reflexo do novo cenário eleitoral, e sim por conta do aumento de casos da covid. Recomendo a ele um chá de camomila e que cuide de SP, porque, do Rio, cuido eu"

Cláudio Castro (PSC), governador do RJ

Além de Castro, governadores do Amazonas, Rondônia, Paraná e Santa Catarina não assinaram o documento do "Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde". Questionado se as medidas de restrição demoraram a entrar em vigor no RJ, Castro fez referência à troca de farpas com Doria.

Aqui o assunto é tratado de forma técnica. A gente não faz politicagem, diferente de outros por aí que fazem palanque durante a coletiva

Cláudio Castro

Questionado se a decisão tem relação com as críticas do governador paulista, Castro negou e disse que a reunião já estava marcada desde a última terça-feira (9).

"Não tem nada com isso. Ele [João Doria] não ouve nossos técnicos, não ouve nossa cadeia produtiva. Nossa postura do Rio é diferente, estamos trabalhando para que não aconteça um colapso, estamos trabalhando preventivamente e acredito que a gente não vai chegar [ao colapso] e, por isso, essas medidas serão revistas semanalmente, olhando os números e vendo o que precisamos fazer a mais", destacou.

Cidades podem adaptar medidas

O governador destacou que, apesar de as medidas valerem para todo o estado, cada município pode realizar alterações devido à especificidade de cada região. "O decreto estadual é um balizador da política pública. Cada município tem suas especificidades. O estado está fazendo um papel regulador da política pública", disse.

O governador do Rio reafirmou ainda ser contrário ao lockdown sem necessidade.

"A vida das pessoas passa por várias searas diferentes, emprego é uma delas. Ouvir a cadeira produtiva é fundamental, eles têm funcionários, clientes, e eles são seres humanos. Trouxemos a cadeia produtiva para dentro do processo porque eles são fundamentais. Aqui no estado, a cadeia produtiva sempre será ouvida. A gente vai fazer essa junção entre saúde e economia."