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Doria critica Castro por não assinar pacto; governador do RJ recomenda chá

João Doria (PSDB), governador de São Paulo, criticou a falta de adesão do governo do Rio ao pacto por vacinas  - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
João Doria (PSDB), governador de São Paulo, criticou a falta de adesão do governo do Rio ao pacto por vacinas Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

11/03/2021 15h38Atualizada em 11/03/2021 19h41

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), rebateu as críticas feitas por João Doria (PSDB) após o chefe do Executivo estadual fluminense se negar a assinar o "Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde". Castro é um dos cinco governadores que não aderiram às maiores restrições para conter a expansão da covid-19 nos estados.

Respeito o governador de SP. Reconheço sua liderança, mas acho que está fora do tom. Espero que sua atitude não seja reflexo do novo cenário eleitoral, e sim por conta do aumento de casos da covid. Recomendo a ele um chá de camomila e que cuide de SP, porque, do Rio, cuido eu"
Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro

Além de Castro, do Rio, governadores do Amazonas, Rondônia, Paraná e Santa Catarina retiraram o nome do documento.

Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (11), João Doria lamentou o posicionamento de Castro e disse que "cabe a população do Rio" fazer juízo sobre a decisão de não aplicar novas medidas para conter o vírus.

"Lamento que o Rio de Janeiro, onde vivi parte da minha vida e conheci a minha esposa e tenho tantos e tantos amigos, ao invés de ter medidas que restrinjam — e com isso protejam a sua população — façam exatamente o caminho oposto. Mas não cabe a mim fazer esse juízo. Esse juízo deve ser da população do Rio de Janeiro", disse Doria.

Doria também destacou que os 22 governadores que assinaram o pacto estão trabalhando para a aquisição de vacinas independentes do governo federal. Na visão do líder do governo paulista, a população precisa de vacinas e não "do anúncio das vacinas" que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem feito.

"Pessoas querem vacinas no braço, e não no papel. Não é isso que está acontecendo", alegou Doria.

Colapso hospitalar em todo o Brasil

O coordenador do Fórum Nacional dos Governadores para a temática das vacinas, Wellington Dias (PT-PI), contrariou o que diz o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre a situação dos hospitais do país. Para Dias, o Brasil já vive um colapso da rede hospitalar.

"Neste instante, já estamos dentro de um colapso nacional na rede hospitalar. Não vamos para ele. Já estamos. Tem nesse instante uma fila gigante. Estou falando aí de milhares mesmo. Algo aí como 30 mil, 40 mil pessoas em todas as filas hospitalares por vaga de UTI e, em alguns lugares também, de leito clínico. Ou seja, gente morrendo por falta de respirador", afirmou Dias.

As declarações foram feitas durante uma reunião remota da comissão que está monitorando a covid-19 no Senado. O encontro virtual aconteceu na manhã desta quinta-feira (11).

Pazuello havia dito que o sistema de saúde "está muito impactado, mas não colapsou, nem vai colapsar". A declaração foi feita ontem, mesmo dia em que o Brasil atingiu a marca de 2.354 mortes pela covid-19, maior número registrado em 24 horas desde o começo da pandemia, em março de 2020.