Covid-19: Governadores cobram mais leitos para 'evitar total colapso'
Uma carta assinada hoje por 21 governadores pede ao governo federal o "apoio aos estados para a manutenção e ampliação de leitos" para o tratamento de infectados com a covid-19 — depois da divulgação do documento, o governo do Paraná informou que também integra o grupo na demanda à União.
A cobrança acontece um dia depois de a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) informar que 25 das 27 capitais do país apresentavam taxas de ocupação de leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) para covid-19 iguais ou superiores a 80%.
Chamada de "Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde", a carta destaca que o "coronavírus é hoje o maior adversário" do país, sendo necessário "evitar o total colapso dos sistemas hospitalares em todo o Brasil e melhorar o combate à pandemia". "Só assim a nossa Pátria poderá encontrar um caminho de crescimento e de geração de empregos", afirmam.
Os governadores elencam três pedidos ao governo federal. Um deles trata do apoio para ampliação de leitos, acrescentando que "haja uma integração de todos os sistemas hospitalares, a fim de usar ao máximo as disponibilidades existentes, a partir de planejamento e análise adiaria de cenários em cada unidade federada".
Para desafogar o sistema, os chefes dos governos estaduais ainda solicitam o "apoio a medidas preventivas, essenciais para conter o vírus".
"Dessa forma, as medidas preventivas protegem as famílias, salvam vidas e asseguram viabilidade aos sistemas hospitalares. Medidas como o uso de máscaras e desestímulo a aglomerações têm sido usadas com sucesso na imensa maioria de todos os continentes", destacam.
Os governadores ainda solicitam "expansão da vacinação, com pluralidade de fornecedores, mais compras e busca de solidariedade internacional, em face da gravidade da crise brasileira".
UTIs lotadas nas capitais
Segundo a Fiocruz, a situação é especialmente grave em 16 capitais, entre elas Brasília e Rio de Janeiro, onde os porcentuais ultrapassavam ontem os 90%. As informações fazem parte de mais um boletim extraordinário do Observatório Fiocruz Covid-19, com base em dados de anteontem. Os especialistas da instituição alertaram para a gravidade da situação e para a necessidade de adoção de medidas de restrição de circulação mais rigorosas.
A situação era de colapso total no sistema de saúde em Campo Grande (106%), Porto Alegre (102%) e Porto Velho (100%). Outras capitais à beira do colapso são: Rio Branco (99%), Macapá (90%), Palmas (95%), São Luis (94%), Teresina (98%), Fortaleza (96%), Natal (96%), Rio de Janeiro (93%), Curitiba (96%), Florianópolis (97%), Cuiabá (96%), Goiânia (98%) e Brasília (97%). Em São Paulo a ocupação é de 82%. Apenas duas capitais têm índices de ocupação das UTIs abaixo de 80%: Belém (75%) e Maceió (73%).
As taxas de ocupação são classificadas em zona de alerta crítico (em vermelho nos mapas), quando são iguais ou superiores a 80%; em zona de alerta intermediário (em amarelo), quando iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%; e fora de zona de alerta (em verde), quando inferiores a 60%.
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