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Em 10 dias, RS quase dobra mortes diárias por covid e bate recorde: 331

Só nos primeiros 13 dias de março, já foram confirmados 2.494 óbitos no estado ? o mês mais letal da pandemia - Robson Rocha/Agência F8/Estadão Conteúdo
Só nos primeiros 13 dias de março, já foram confirmados 2.494 óbitos no estado ? o mês mais letal da pandemia Imagem: Robson Rocha/Agência F8/Estadão Conteúdo

Anaís Motta

Do UOL, em São Paulo

13/03/2021 18h34Atualizada em 16/03/2021 21h17

Com UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) lotadas, o Rio Grande do Sul registrou hoje o maior balanço diário de mortes causadas pela covid-19, com 331 óbitos confirmados nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. O recorde anterior era de 276 mortes, alcançado na última quinta-feira (11).

O número de hoje é quase o dobro do registrado há dez dias, em 3 de março, quando o governo gaúcho divulgou 180 novas mortes por covid-19. Só nos primeiros 13 dias de março, já foram confirmados 2.494 óbitos no estado —mais um recorde. Até ontem, o mês mais letal da pandemia tinha sido dezembro, que somou 2.059 mortes em 31 dias.

A maior parte (315) dos óbitos divulgados hoje aconteceram entre 1º e 13 de março, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. Os demais (16) ocorreram em fevereiro, mas só agora foram devidamente notificados.

Com o balanço deste sábado, a média móvel de mortes nos últimos sete dias foi de 216 no estado, o que representa aceleração de 143% ante o índice de duas semanas atrás.

O número de infectados, por sua vez, chegou a 739.759 desde o início da pandemia, com 9.340 novos diagnósticos confirmados de ontem para hoje.

O estado inteiro está há 14 dias em bandeira preta no plano de distanciamento controlado. A classificação prevê o fechamento do comércio não essencial, a proibição de permanência nas orlas das praias, a suspensão das aulas presenciais e outras medidas restritivas.

A previsão é de que o Rio Grande do Sul continue em bandeira preta até 21 de março, pelo menos. Neste período, as restrições não podem ser flexibilizadas por iniciativa das prefeituras, uma vez que o sistema de cogestão também está suspenso.

UTIs superlotadas

Com a explosão no número de casos e mortes, o Rio Grande do Sul ainda enfrenta a falta de leitos de UTI para internar pacientes, tanto de covid-19 quanto de outras doenças. Segundo o sistema de monitoramento do governo, todos os 3.129 leitos adultos do estado (sendo 2.230 públicos e 899 privados) estão ocupados, e há ainda 257 pessoas à espera de uma vaga.

"Para se ter uma ideia: há 30 dias, tínhamos 800 pessoas em leitos de UTI confirmadas com covid-19. Passamos para 2.400 pessoas em 30 dias. Se esse ritmo continuasse, teríamos de triplicar o número de leitos, o que é inviável. Esse é o tamanho do nosso drama", explicou ontem o governador Eduardo Leite (PSDB).

Não há país no mundo que tenha conseguido superar o coronavírus, ou pelo menos conviver com o vírus, apenas com aumento de leitos, porque a solução efetiva é a vacina. Como ainda estamos com dificuldade a nível nacional de imunizar massivamente e de forma rápida a população, a situação nos demanda habilidade para melhorar a convivência, buscando equilíbrio entre economia e saúde Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul

(Com Estadão Conteúdo)