Imprensa internacional cita 4º ministro da Saúde no Brasil em pandemia
Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmar a apoiadores a indicação do cardiologista Marcelo Queiroga no lugar de Eduardo Pazuello para o Ministério da Saúde, a notícia sobre o quarto ministro à frente da pasta durante a pandemia da covid-19 repercutiu na imprensa internacional.
A rede de TV americana CNN destaca que a troca de ministros ocorre "em um dos períodos mais sombrios da pandemia no Brasil". A reportagem lembra ainda que Pazuello "estava sob investigação por falta de oxigênio no início deste ano em Manaus (AM)".
A alemã Deutsche Welle diz que Queiroga deve seguir a agenda de seu antecessor, e relembra que a terceira mudança acontece em meio ao aumento no número de infecções, quando "o país registrou quase 12.800 mortes na segunda semana de março —a pior semana desde o início da pandemia do coronavírus".
No Peru, o El Comércio —reproduzindo texto da agência AFP— mostra que "Bolsonaro é alvo de duras críticas pelo manejo caótico da crise sanitária e por sua negação diante da gravidade da pandemia".
Para o Huffington Post, "Pazuello tornou-se uma figura questionada pela difícil situação que atravessa o país por conta da pandemia e por ser o único que se curvou às reivindicações de Bolsonaro."
O Brasil registrou, até agora, 11,5 milhões de casos e quase 280 mil mortes em decorrência da doença. Isso o torna o segundo país do mundo em número de vítimas e casos, superado apenas pelos Estados Unidos.
Quem é Queiroga?
Atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Queiroga é graduado em Medicina pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba), especialista em cardiologia e doutorando em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal.
Hoje, ele dirige o departamento de hemodinâmica e cardiologia intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (Unimed João Pessoa) e é médico cardiologista intervencionista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, também na Paraíba.
Assim como Ludhmila Hajjar, recebida ontem pelo presidente (e que negou o convite para o posto), Queiroga defende o isolamento social como forma de combate à pandemia. Ele também já se posicionou contrário ao "tratamento precoce" defendido por Bolsonaro à base de cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz contra a covid-19.
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