Topo

Esse conteúdo é antigo

Guedes diz que vacina está atrasada desde Mandetta, que rebate: 'desonesto'

Paulo Guedes disse que o dinheiro sempre esteve disponível para compra de vacinas, o que gerou resposta de Mandetta - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
Paulo Guedes disse que o dinheiro sempre esteve disponível para compra de vacinas, o que gerou resposta de Mandetta Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

17/03/2021 09h30Atualizada em 17/03/2021 13h52

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil está atrasado na busca por vacinas contra covid-19 desde a época que a pasta de Saúde era comandada por Luiz Henrique Mandetta, no começo da pandemia. A declaração foi dada em entrevista à CNN Brasil e gerou uma forte resposta do ex-ministro, que chamou Guedes de desonesto.

O Governo Bolsonaro é cobrado pela demora em adquirir vacinas contra a covid-19, sendo que até o momento o país está aplicando as vacinas CoronaVac e a da AstraZeneca/Oxford. Para Guedes, a falta de outros imunizantes é reflexo de gestões anteriores.

"A entrega da vacina não está atrasada só agora, não. No primeiro dia, (Luiz Henrique) Mandetta (ex-ministro da Saúde) saiu com R$ 5 bilhões no bolso. É desde aquela época que deveríamos estar comprando vacina, não é mesmo? O dinheiro estava lá", declarou Paulo Guedes em entrevista à CNN Brasil.

Mais tarde, Mandetta rebateu Guedes, reproduzindo no Twitter parte das declarações que concedeu em entrevista para a colunista Monica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

"Guedes desonesto e mentiroso. Negacionismo do governo mata pessoas e empresas. CPI já! Mais postos de saúde e menos posto Ipiranga", escreveu Mandetta.

Mandetta foi ministro até abril de 2020

Mandetta foi ministro da Saúde até 16 de abril de 2020, quando ainda não havia vacinas disponíveis para compra no mundo inteiro. Os primeiros imunizantes começaram a ser negociados entre junho e julho, quando os Estados Unidos, por exemplo, compraram doses da Pfizer. No mundo, a primeira vacina só foi aplicada em 8 de dezembro, quando uma britânica foi imunizada.

Na entrevista à Folha de S.Paulo, Mandetta ainda disse que, enquanto era ministro, não havia vacinas disponíveis, sendo que os primeiros testes em humanos foram anunciados em maio.

"Eu sempre disse que o caminho de saída seria pela ciência e que compraríamos vacinas assim que tivéssemos a primeira oferta", afirmou.

O Brasil assinou um acordo de desenvolvimento da vacina de Oxford em junho. Um contrato de intenção de compra foi anunciado no final de julho. Mas o país só começou a vacinar, de fato, em janeiro de 2021. E com vacinas que não foram encaminhadas pelo Ministério da Saúde, mas sim pelo Instituto Butantan e pelo Governo de São Paulo.

O governo federal passou a pagar por esta vacina do Butantan, a CoronaVac, a partir deste ano. Das doses da vacina de Oxford que já foram compradas, só 3 milhões chegaram ao Brasil até agora.

Guedes critica governadores

Paulo Guedes admitiu que o governo federal poderia ter sido mais rápido, mas também aproveitou para criticar os governadores pela gestão de leitos.

"Era possível ter sido mais rápido? Sim. Era possível que a mídia fosse mais construtiva? Era possível que os governadores ajudassem também? O dinheiro foi para os estados. Então, por que os leitos foram desativados? Pois todos nós achávamos que a pandemia estava indo embora", concluiu Guedes.