Topo

Esse conteúdo é antigo

Queiroga defende isolamento, uso de máscara e critica 'aglomerações fúteis'

Marcelo Queiroga, indicado para o Ministério da Saúde, criticou o que chamou de "aglomerações fúteis" por parte da população - Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
Marcelo Queiroga, indicado para o Ministério da Saúde, criticou o que chamou de 'aglomerações fúteis' por parte da população Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Natália Lázaro

Colaboração para o UOL, em Brasília

17/03/2021 12h45

No primeiro discurso após anúncio da transição na pasta da Saúde, o futuro ministro Marcelo Queiroga defendeu o distanciamento social contra a Covid-19. Em coletiva na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ele disse que somente com a restrição de circulação e melhor capacidade dos serviços hospitalares a doença será combatida.

"Esse impacto desses óbitos, vamos conseguir reduzir com dois pontos principais. Primeiro com campanhas de distanciamento social próprias que permitam diminuir a circulação do vírus. E segundo com uma melhora na capacidade assistencial dos nossos serviços hospitalares", disse. Para ele, a vacinação pode reduzir as internações e mortes a "médio" prazo.

Ele reforçou o conselho de evitar aglomerações e usar máscaras, ambos criticados e não seguidos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

"Não adianta o governo ficar recomendando o uso de máscara se as pessoas não são capazes de aderir a esse tipo de medida que é um tipo de medida simples, que não demanda grandes custos. O governo recomenda por exemplo redução de aglomerações fúteis e as pessoas ficam fazendo festas aos fins de semana contribuindo para a circulação do vírus", argumentou.

O distanciamento social também foi defendido pelo médico ontem, durante anúncio da transição dos cargos no Ministério. Apesar de ir contra posições de Bolsonaro, Queiroga reforçou a importância do Executivo e dos trabalhos já iniciados por Pazuello enquanto ministro. Ele alegou que pode "fazer ajustes necessários" na pasta quando questionado se mudará a equipe técnica.

"A política pública colocada no governo, não só no Ministério da Saúde mas nos outros ministérios, é a politica pública do governo federal, do presidente da República, que foi eleito pelo povo brasileiro. É óbvio que o presidente confere autonomia aos ministros, mas também cobra resultados. O presidente deu autonomia e nós faremos os ajustes que couber no momento adequado", disse.

Novo governo

Na fala, Queiroga antecipou alguns dos pontos que defenderá enquanto ministro. Entre estas, a articulação do Sistema Público de Saúde através dos estados e municípios; criação de melhores condições operacionais para distribuição das vacinas; uso da telemedicina; e protocolos uniformizados para as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

"Nossas UTIs, temos que ter protocolos uniformizados de assistência, temos que transferir as expertises dos grandes centros para as UTIs dos estados menores", defendeu. "Garantir atendimento mais pronto ao paciente, mais rápido para evitar que a doença progrida. E aqueles pacientes que precisarem da reposição de oxigênio, que a gente consiga levá-los aos hospitais", seguiu.

Esta foi a primeira vez que Queiroga discursou sobre seu trabalho como ministro após o anúncio da transição. Ele e Pazuello foram juntos hoje à Fiocruz buscar o primeiro lote de 500 mil vacinas produzidas no Brasil pela Fundação.