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Capital de SP registra 90% de ocupação em UTIs pela primeira vez no ano

Paciente com covid-19 é atendido na UTI do Hospital Tide Setubal, na zona leste de São Paulo - Eduardo Anizelli/Folhapress
Paciente com covid-19 é atendido na UTI do Hospital Tide Setubal, na zona leste de São Paulo Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Gabriel Sabóia e Leonardo Martins*

Do UOL, no Rio, e colaboração para o UOL, em São Paulo

21/03/2021 22h07Atualizada em 21/03/2021 22h56

A cidade de São Paulo registrou 90% de ocupação dos leitos de UTIs (unidades de tratamento intensivo) voltadas à covid-19, de acordo com o boletim diário divulgado hoje pela prefeitura. É a primeira vez no ano que a capital paulista registra esse número, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Já a taxa de ocupação de leitos de enfermaria está em 74%.

Na última quinta-feira (18), o estado de São Paulo já havia superado a marca de 90% de ocupação de leitos de UTI, se juntando a outros 16 estados que estão em colapso por causa da alta de demanda por vagas.

Com 90% de ocupação, os sistemas de saúde perdem a capacidade rotatividade de pacientes, alertam especialistas.

Os números de casos confirmados da doença e óbitos também chamam a atenção. Até hoje, foram 20.288 mortes e 686.324 infecções pelo coronavírus.

Restrições não reduzem a média móvel no estado

Apesar de estar em uma fase mais restritiva, com toque de recolher e fechamento de comércio não essencial, o estado de São Paulo enfrentou a sua pior semana da pandemia do novo coronavírus.

Na 11ª Semana Epidemiológica, entre os dias 14 e 20 de março, o estado bateu recorde na média móvel de mortes e de novos casos.

Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde. Entre sábado (14) e ontem (20), o estado registrou 3.449 novas mortes, uma média móvel de 493 mortes por dia, superando a média da semana anterior (entre os dias 7 e 13 de março) de 364 mortes por dia.

São Paulo teve também a sua pior semana em número de novos casos. Só nesta última semana, São Paulo registrou 102.931 novos casos, uma média móvel diária de 14.704 casos a cada dia, batendo a média notificada na semana anterior, de 12.492 casos por dia.

Fase emergencial

Com o crescimento exponencial do número de mortes, novos casos e de pessoas internadas, o governo de São Paulo decidiu decretar uma fase emergencial, que teve início no último dia 15.

Nessa fase, cultos e cerimônias religiosas coletivas foram proibidas, jogos de futebol foram paralisados e as aulas da rede pública suspensas.

Também foi estabelecido um toque de recolher das 20h às 5h. Além disso, desde o dia 6 de março o estado mantém sua classificação na Fase 1-Vermelha do Plano São Paulo, onde somente atividades essenciais podem funcionar.

Essas medidas devem durar até o final deste mês. Com isso, o estado busca aumentar sua taxa de isolamento. Nessa última semana, com a fase emergencial, ela cresceu, mas não chegou na taxa mínima o esperado pelo governo, de 55%. Ontem, a taxa chegou a 47%. Aos finais de semana, a taxa de isolamento costuma ser maior.

*Com informações da Agência Brasil