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Brasil tem 2.244 mortes em 24 h no dia em que superou 300 mil óbitos

Douglas Porto, Gilvan Marques e Ricardo Espina

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

24/03/2021 16h40Atualizada em 24/03/2021 22h22

O Brasil ultrapassou hoje a marca assustadora de 300 mil mortos pela covid-19. Nas últimas 24 horas foram registrados, 2.244 óbitos em decorrência da doença — número defasado em razão de o Ministério da Saúde ter modificado os critérios para contagem de mortes na pandemia, causando uma queda brusca nos registros de São Paulo de ontem para hoje.

Com isso, a média móvel de mortes causadas pelo coronavírus nos últimos sete dias também caiu, ficando em 2.279. No total, 301.087 pessoas já morreram desde o começo da pandemia de coronavírus no país. Em apenas um dia, 90.504 novos casos de covid foram registrados, chegando a um total de 12,2 milhões de infectados.

Segundo país do mundo com mais mortes pela doença — só ontem foram 3.158 — e mais casos de infecção, o Brasil enfrenta uma situação de colapso nos sistemas de saúde em todas as regiões. Há medidas restritivas em diversos estados, e governo federal é alvo de duras críticas pela má gestão da crise sanitária — hoje, um ano depois do início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou a criação de um comitê anticovid.

De acordo com o levantamento do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde, apenas a região Norte está estável na média de mortes, com -3% de variação na comparação com 14 dias atrás.

Todos as outras regiões apresentam aceleração: Nordeste (30%), Centro-Oeste (55%), Sudeste (43%) e Sul (30%). Vinte e um estados mais o Distrito Federal, apresentam alta no índice. Dois estados estão em queda e três estão estáveis.

O Brasil em números

Na primeira onda:

Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)

Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)

Maior período com média acima de mil: 31 dias

Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)

Na segunda onda:

Maior número de mortes em 24 h: 3.158 (23/3)

Maior média móvel de óbitos: 2.349 (23/3)

Maior período com média acima de mil: 63 dias

Maior número de óbitos em uma semana: 15.640 (de 14/3 a 20/3)

As 29 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram nos últimos 29 dias. As dez mais altas são as seguintes:

  • 23 de março - 2.349
  • 22 de março - 2.298
  • 24 de março - 2.279
  • 21 de março - 2.255
  • 20 de março - 2.234
  • 19 de março - 2.178
  • 18 de março - 2.096
  • 17 de março - 2.031
  • 16 de março - 1.976
  • 15 de março - 1.855

Os cinco dias com maior número de mortes em toda a pandemia ocorreram nos últimos sete dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):

  • 23 de março - 3.158
  • 16 de março - 2.798
  • 17 de março - 2.736
  • 19 de março - 2.730
  • 18 de março - 2.659

Seis estados reportaram mais de 100 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O total de vítimas apenas nestes estados chega a 1.461:

  • Minas Gerais - 374
  • São Paulo - 281
  • Rio Grande do Sul - 249
  • Ceará - 249
  • Paraná - 173
  • Bahia - 135

Dados da Saúde

Nesta quarta-feira (24), o Ministério da Saúde informou que o Brasil registrou 2.009 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o começo da pandemia, houve 300.685 óbitos provocados pela doença no país.

Ontem (23), pelos números do governo federal, pela primeira vez o Brasil registrou mais de 3 mil mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas. No total, foram 3.251 vítimas, a marca mais alta desde março de 2020.

Segundo o Ministério, houve 89.992 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo o país de ontem para hoje, elevando o total de infectados para 12.220.011

De acordo com a pasta, 10.689.646 pessoas se recuperaram da covid-19 até o momento, com outras 1.229.680 em acompanhamento.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: aceleração (81%)

  • Minas Gerais: aceleração (39%)

  • Rio de Janeiro: aceleração (28%)

  • São Paulo: aceleração (46%)

Região Norte

  • Acre: estável (18%)

  • Amazonas: queda (-27%)

  • Amapá: aceleração (200%)

  • Pará: estabilidade (-12%)

  • Rondônia: estabilidade (9%)

  • Roraima: queda (-46%)

  • Tocantins: aceleração (98%)

Região Nordeste

  • Alagoas: aceleração (37%)

  • Bahia: aceleração (28%)

  • Ceará: aceleração (27%)

  • Maranhão: estabilidade (-9%)

  • Paraíba: aceleração (26%)

  • Pernambuco: aceleração (63%)

  • Piauí: estabilidade (29%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (46%)

  • Sergipe: aceleração (108%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (161%)

  • Goiás: aceleração (18%)

  • Mato Grosso: aceleração (86%)

  • Mato Grosso do Sul: aceleração (40%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (18%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (44%)

  • Santa Catarina: aceleração (20%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.