Brasil tem 2.244 mortes em 24 h no dia em que superou 300 mil óbitos
O Brasil ultrapassou hoje a marca assustadora de 300 mil mortos pela covid-19. Nas últimas 24 horas foram registrados, 2.244 óbitos em decorrência da doença — número defasado em razão de o Ministério da Saúde ter modificado os critérios para contagem de mortes na pandemia, causando uma queda brusca nos registros de São Paulo de ontem para hoje.
Com isso, a média móvel de mortes causadas pelo coronavírus nos últimos sete dias também caiu, ficando em 2.279. No total, 301.087 pessoas já morreram desde o começo da pandemia de coronavírus no país. Em apenas um dia, 90.504 novos casos de covid foram registrados, chegando a um total de 12,2 milhões de infectados.
Segundo país do mundo com mais mortes pela doença — só ontem foram 3.158 — e mais casos de infecção, o Brasil enfrenta uma situação de colapso nos sistemas de saúde em todas as regiões. Há medidas restritivas em diversos estados, e governo federal é alvo de duras críticas pela má gestão da crise sanitária — hoje, um ano depois do início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou a criação de um comitê anticovid.
De acordo com o levantamento do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde, apenas a região Norte está estável na média de mortes, com -3% de variação na comparação com 14 dias atrás.
Todos as outras regiões apresentam aceleração: Nordeste (30%), Centro-Oeste (55%), Sudeste (43%) e Sul (30%). Vinte e um estados mais o Distrito Federal, apresentam alta no índice. Dois estados estão em queda e três estão estáveis.
O Brasil em números
Na primeira onda:
Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
Maior período com média acima de mil: 31 dias
Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)
Na segunda onda:
Maior número de mortes em 24 h: 3.158 (23/3)
Maior média móvel de óbitos: 2.349 (23/3)
Maior período com média acima de mil: 63 dias
Maior número de óbitos em uma semana: 15.640 (de 14/3 a 20/3)
As 29 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram nos últimos 29 dias. As dez mais altas são as seguintes:
- 23 de março - 2.349
- 22 de março - 2.298
- 24 de março - 2.279
- 21 de março - 2.255
- 20 de março - 2.234
- 19 de março - 2.178
- 18 de março - 2.096
- 17 de março - 2.031
- 16 de março - 1.976
- 15 de março - 1.855
Os cinco dias com maior número de mortes em toda a pandemia ocorreram nos últimos sete dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):
- 23 de março - 3.158
- 16 de março - 2.798
- 17 de março - 2.736
- 19 de março - 2.730
- 18 de março - 2.659
Seis estados reportaram mais de 100 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O total de vítimas apenas nestes estados chega a 1.461:
- Minas Gerais - 374
- São Paulo - 281
- Rio Grande do Sul - 249
- Ceará - 249
- Paraná - 173
- Bahia - 135
Dados da Saúde
Nesta quarta-feira (24), o Ministério da Saúde informou que o Brasil registrou 2.009 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o começo da pandemia, houve 300.685 óbitos provocados pela doença no país.
Ontem (23), pelos números do governo federal, pela primeira vez o Brasil registrou mais de 3 mil mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas. No total, foram 3.251 vítimas, a marca mais alta desde março de 2020.
Segundo o Ministério, houve 89.992 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo o país de ontem para hoje, elevando o total de infectados para 12.220.011
De acordo com a pasta, 10.689.646 pessoas se recuperaram da covid-19 até o momento, com outras 1.229.680 em acompanhamento.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: aceleração (81%)
- Minas Gerais: aceleração (39%)
- Rio de Janeiro: aceleração (28%)
- São Paulo: aceleração (46%)
Região Norte
- Acre: estável (18%)
- Amazonas: queda (-27%)
- Amapá: aceleração (200%)
- Pará: estabilidade (-12%)
- Rondônia: estabilidade (9%)
- Roraima: queda (-46%)
- Tocantins: aceleração (98%)
Região Nordeste
- Alagoas: aceleração (37%)
- Bahia: aceleração (28%)
- Ceará: aceleração (27%)
- Maranhão: estabilidade (-9%)
- Paraíba: aceleração (26%)
- Pernambuco: aceleração (63%)
- Piauí: estabilidade (29%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (46%)
- Sergipe: aceleração (108%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (161%)
- Goiás: aceleração (18%)
- Mato Grosso: aceleração (86%)
- Mato Grosso do Sul: aceleração (40%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (18%)
- Rio Grande do Sul: aceleração (44%)
- Santa Catarina: aceleração (20%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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