Ministro da Saúde pede que pessoas procurem segunda dose contra a covid-19
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu hoje que as pessoas não deixem de tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19. Ambos os imunizantes em aplicação atualmente no país demandam duas doses, com intervalo de alguns dias, para que tenham a eficácia almejada.
"Se diz que no Brasil tudo termina em samba, né? Hoje, felizmente, tudo termina em vacina, né? [...] Fazemos um esforço muito grande para conseguir essas vacinas. E é preciso que aqueles que ainda não tomaram a segunda dose, que são muitos, procurem as salas de imunização nos municípios para fazer a segunda dose. Senão o esforço que é tão cobrado, e devidamente cobrado, se perde", afirmou.
A declaração foi dada no lançamento da campanha nacional de vacinação contra a gripe para reduzir infecções pelo vírus Influenza e internações hospitalares, especialmente em meio à pandemia do coronavírus.
Até o momento, o ritmo da vacinação contra covid-19 continua lento no Brasil. Até ontem (11), apenas uma de cada nove pessoas recebeu a primeira dose do imunizante no país. Isso corresponde a 11% da população. Em números totais, são 23,3 milhões de vacinados.
Os dados são do consórcio de imprensa de que o UOL faz parte, que apura os números com as secretarias estaduais de Saúde.
A cobertura da segunda dose é ainda menor. Apenas 3,3% da população já terminou de ser vacinada —7 milhões de pessoas.
Questionado sobre o cronograma de vacinação contra a covid-19, o ministro afirmou haver doses estimadas, pois dependem das entregas pelos laboratórios. No entanto, disse que, para abril, estão asseguradas 30,5 milhões de doses produzidas na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e no Instituto Butantan.
Ele ressaltou que havia a previsão do uso da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, mas o imunizante ainda não recebeu o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"Claro que gostaríamos de vacinar mais", disse, ao acrescentar que o ministério está se esforçando para buscar mais doses prontas ou IFAs (Ingrediente Farmacêutico Ativo).
Queiroga disse que, por meio do consórcio Covax Facility, o Brasil investiu na aquisição de doses para cobrir 10% da população brasileira e era para ter recebido imunizantes em janeiro deste ano. No entanto, não houve a entrega por haver uma "carência de vacinas a nível mundial".
Ele disse que o governo federal conversa diretamente com o diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e negou problemas de relacionamento. A representante da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), Socorro Gross, também participou do evento hoje no ministério.
Queiroga afirmou ainda não saber se será preciso promover campanhas anuais contra a covid-19.
"Claro que não temos certeza absoluta de que vamos ter campanha de vacinação para a covid todos os anos. Em relação à covid, são poucas as evidências científicas definitivas, seja a respeito de vacinação, seja a respeito de tratamento", declarou.
O ministro falou tanto sobre a campanha contra a gripe quanto sobre a pandemia da covid-19 e respondeu a perguntas dos jornalistas, mas saiu antes do término da coletiva sob a justificativa de "buscar mais vacinas para o Brasil".
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