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SP: Conselho de secretários cobra kit intubação: 'vamos entrar no caos'

Atendimento médico na UTI em Itapecerica da Serra (SP); mais de 2100 serviços médicos municipais de SP estão com estoque praticamente zerado de kit intubação - MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
Atendimento médico na UTI em Itapecerica da Serra (SP); mais de 2100 serviços médicos municipais de SP estão com estoque praticamente zerado de kit intubação Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo*

15/04/2021 08h43

O presidente do Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo), Geraldo Reple, disse que muitos hospitais do estado enfrentam situação crítica no desabastecimento de anestésicos e medicamentos do chamado "kit intubação". Em entrevista à TV Globo, Geraldo disse que, caso não haja reposição rápida, haverá caos no atendimento a pacientes com covid-19.

Segundo ele, um levantamento da Cosems-SP apontou que mais de 2100 serviços médicos estão com estoque praticamente zerado no estado. Anestésicos e bloqueadores neuromusculares são usados para causar conforto ao paciente no momento da intubação.

"Uns 10% têm estoque para 3 a 5 dias. Se não conseguirmos medicamento rapidamente, vamos entrar no caos, aliás praticamente já estamos", disse.

Segundo Geraldo Reple, o desabastecimento de medicamentos para intubação é uma "história de uma morte anunciada" e desde dezembro, com o recrudescimento da pandemia do Brasil, "todos estão fazendo o possível e o impossível" para contornar a situação

"Temos 13 mil pacientes (no estado de São Paulo)... Tem esse consumo excessivo, e entre esses pacientes de 60 a 70% são intubados. Precisamos dos medicamentos para que eles não sofram", disse.

Geraldo Reple também é secretário municipal de Saúde de São Bernardo do Campo. Ele citou sua dificuldade para conseguir medicamentos para a cidade. "Tenho contrato com fornecedoras, mas tenho recebido a conta-gotas, nunca sabe quando vem."

Estado de SP cobra Ministério da Saúde

Ontem, o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que a rede estadual também sofre com o desabastecimento do kit intubação e cobrou o Ministério da Saúde.

"Nós temos medicações na rede estadual que confortam para alguns dias, mas nós precisamos também apoiar os municípios", disse.

"Em 40 dias, a Secretaria do Estado da Saúde mandou o quantitativo de nove ofícios para o Ministério da Saúde. Ontem foi o último ofício que nós mandamos, porque nós precisamos do apoio do governo federal para aquisição centralizada dos kit intubações", completou.

Em Brasília, em pronunciamento após reunião do comitê de combate à pandemia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que espera que os estoques dos medicamentos do kit intubação sejam fortalecidos em 10 dias, após uma compra feita com apoio da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).

"Estimamos que nos próximos 10 dias nós tenhamos nosso estoque regulador fortalecido para acabar com essa luta do dia a dia e dar suporte às secretarias municipais e estaduais de Saúde", disse Queiroga.

*Com informações da agência Reuters.