SP vacinará trabalhadores do transporte, pessoas com Down e doença crônica
O governo de São Paulo anunciou hoje que começará a vacinar contra a covid-19, em maio, trabalhadores do transporte público, transplantados, pacientes renais crônicas e pessoas com síndrome de Down. Os metroviários e ferroviários começam a ser imunizados no dia 11 e motoristas e cobradores de ônibus, no dia 18.
Entre as pessoas com doenças crônicas, o governo paulista priorizou a imunização de pacientes renais em diálise e transplantados imunossuprimidos —aqueles que têm o sistema imunológico afetado—, além de pessoas com síndrome de Down. Segundo a equipe de João Doria (PSDB), são pessoas mais vulneráveis à covid-19.
Esse grupo começa a ser vacinado ainda antes dos trabalhadores do transporte público, em 10 de maio —serão imunizadas pessoas que têm entre 18 e 59 anos. A estimativa é que sejam vacinadas 120 mil pessoas.
De acordo com a Secretaria de Saúde, para este grupo, será necessária a apresentação de um laudo médico que autorize a aplicação da vacina. Para os transplantados imunossuprimidos, "é também recomendável a apresentação de receita médica do medicamento imunossupressor em utilização pelo paciente", informa a pasta.
Outro anúncio feito na entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes foi a antecipação da vacinação para idosos com 64 anos. Antes prevista para 29 de abril, a imunização deste grupo começará seis dias antes, nesta sexta-feira (23).
Atualmente, o estado vacina idosos com 67 anos, professores e profissionais da área da segurança pública.
O cronograma oficial ainda prevê o início da aplicação da primeira dose para pessoas com 65 e 66 anos a partir de amanhã (21). Os idosos com 63 anos começam a ser vacinados no dia 29, e a faixa etária de 60 a 62 anos, no dia 6 de maio.
Apesar do planejamento do governo paulista, os municípios têm autonomia para definirem seus próprios calendários, então o cronograma da vacinação contra a covid-19 pode variar entre as cidades do estado.
Vacinação após ameaça de greve
A ameaça de realização de uma greve hoje por metroviários e motoristas de ônibus foi contida ontem após uma reunião entre representantes do governo Doria e sindicatos. O governador, que já tinha assumido o compromisso de imunizar profissionais do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), concordou em também incluir motoristas e cobradores de ônibus nas próximas etapas da campanha de vacinação.
Para os metroviários e ferroviários, a previsão é de imunizar cerca de 10 mil profissionais. Serão vacinados os operadores de trem de todas as idades, mas entre os trabalhadores da manutenção e os que ocupam funções nas estações, como segurança, limpeza (incluindo os terceirizados) e bilheteria, apenas aqueles com 47 anos serão imunizados por enquanto.
Os funcionários que trabalham nas estações têm contato diário com cerca de 4 milhões de pessoas por dia.
A explicação para a imunização dos operadores abranger todas as idades é a dificuldade de reposição da classe, que é concursada. O governo estima que, em meio aos afastamentos por doença e grupos de risco, exista um impacto em 900 viagens diárias no estado.
A negociação teve influência do vereador Milton Leite (DEM-SP), presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Ele estava presente na coletiva e foi nominalmente agradecido por Doria pela mediação.
SP cobra novamente o governo federal
Nas atualizações de hoje sobre a vacinação, também era esperado que o governo paulista anunciasse definições sobre a imunização de pessoas com comorbidades relacionadas à covid-19. No entanto, a gestão de Doria repassou a responsabilidade ao Ministério da Saúde, em cobrança feita por "diretrizes" da pasta sobre esse grupo.
Estimado em 17,8 milhões de pessoas, o grupo inclui pessoas de 18 a 59 anos com doenças como:
- diabetes,
- hipertensão,
- insuficiência renal, e
- doenças cardiovasculares.
O governo de São Paulo cobra do Ministério da Saúde critérios mais claros sobre o grupo para definir sua imunização.
"Aguardamos ansiosamente pelo envio da vacina [novos lotes] e também por diretrizes", disse a coordenadora do programa de imunização do estado, Regiane de Paula.
Quando o Ministério da Saúde coloca as comorbidades e as faixas etárias, ele nos dá um quantitativo de suas 18 milhões de pessoas, mas não diz quais são os critérios dentro das faixas etárias. Então aguardamos que o Ministério da Saúde possa se posicionar em relação ao percentual de comorbidades para cada estado. O único dado que a gente tem é um dado do Vigitel [Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico], que é um sistema de vigilância das doenças crônicas não transmissíveis. Ele é feito só nas capitais.
Regiane de Paula, coordenadora do programa de imunização de São Paulo
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