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Laboratório confirma caso de reinfecção por variantes da covid no RS

Laboratório do Rio Grande do Sul alega que este é o primeiro caso de reinfecção por variantes detectado na região - Matt Turner/iStock
Laboratório do Rio Grande do Sul alega que este é o primeiro caso de reinfecção por variantes detectado na região Imagem: Matt Turner/iStock

Do UOL, em São Paulo

20/04/2021 13h16Atualizada em 20/04/2021 16h11

O Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em Nova Hamburgo, Porto Alegre, divulgou um estudo que detecta um caso de reinfecção pelas variantes P.1 e P.2 da covid-19. Segundo os pesquisadores, trata-se de um caso inédito.

A análise sugere que a primeira infecção em solo gaúcho pela variante P.1 — descoberta em Manaus em janeiro — ocorreu antes do que se pensava. Os genomas sequenciados foram obtidos de um paciente residente na cidade de Campo Bom.

O laboratório informou que a primeira amostra foi coletada no dia 30 de novembro de 2020, cerca de dois meses antes da disseminação da cepa P.1 de forma intensa no Rio Grande do Sul. No entanto, o estudo não conseguiu determinar a fonte exata da transmissão da variante ao paciente analisado.

"Até onde foi possível investigar, este manteve contato com múltiplos outros indivíduos infectados nos dias anteriores à coleta do material. Estudos adicionais foram feitos na tentativa de detectar a P.1 em outras amostras no mesmo período e região do paciente, mas verificou-se que aquele foi um caso isolado, no entanto", diz um trecho do material divulgado pela Feevale.

A segunda amostra do mesmo paciente foi coletada em meados de março e apontou reinfecção com a variante P.2, identificada primeiramente no estado do Rio de Janeiro.

O estudo descarta o paciente como o causador da disseminação da variante no estado, levando em consideração que a P.1 se alastrou no Rio Grande do Sul no final do mês de janeiro em diante.

O coordenador da Rede Corona-ômica BR-MCTI e professor do mestrado em Virologia da Universidade Feevale, Fernando Spilki, esclareceu que fatores sociais como veraneio, carnaval, entre outros, devem ter influenciado na disseminação.

"Por ser a primeira reinfecção detectada por estas duas variantes no mundo, o que chama atenção é de que são duas variantes com algumas mutações similares na proteína Spike, o principal alvo dos anticorpos formados contra o SARS-CoV-2", disse o pesquisador.

P.1 tem aumentado internação de jovens

O avanço da variante P.1 mudou a forma como os municípios começaram a orientar a população.

Em São Paulo, a cidade agora pede para que os infectados pela covid-19 procurem uma unidade de saúde assim que surgirem os sintomas, e não quando eles se agravarem, como era orientado antes.

A mudança ocorre por conta do agravamento do quadro de saúde. Mais jovens têm sido infectados pela variante P.1 e o tempo de internação tem sido maior nas UTI (Unidades de Terapia Intensiva).