Covid: 54% das cidades apontam que moradores não seguem medidas sanitárias
Um levantamento feito pelo movimento Unidos pela Vacina e pela Locomotiva Instituto de Pesquisa apontou que, em mais da metade dos municípios brasileiros, a maioria da população não segue as medidas recomendadas pelos órgãos de saúde para a prevenção à covid-19.
Segundo o estudo, em 54% dos municípios, os gestores apontam que a obediência às orientações chega a apenas metade da população. No Nordeste, essa situação se mostra ainda mais crítica.
A pesquisa foi feita através de um questionário estruturado para os gestores municipais de saúde de 5.569 municípios brasileiros. Ela foi realizada entre os dias 22 de fevereiro e 12 de abril, com entrevistas por telefone ou online.
Segundo o levantamento, 98% afirmaram que adotam a obrigatoriedade do uso de máscaras, 97% realizam campanhas educativas para promover o distanciamento social e as medidas de prevenção à doença e 86% adotam medidas de restrições nos horários de funcionamento de estabelecimentos e serviços não essenciais.
Os gestores de saúde apontaram que, em 14% das cidades, a grande maioria da população não adota as recomendações restritivas para o enfrentamento da pandemia.
Para 40% dos municípios, há a percepção de que apenas metade da população tem seguido as recomendações e, em 45%, existe a sensação de que a maior parte da população obedece às medidas restritivas e de prevenção.
Em apenas 1% das localidades, os entrevistados afirmaram que toda a população obedece às medidas recomendadas.
Na região Nordeste, especificamente, 61% dos gestores municipais de saúde têm a percepção de que apenas metade da população está seguindo as medidas.
Municípios afetados
A pesquisa também apontou que praticamente dois em cada três municípios dizem ter sofrido grandes impactos pela pandemia.
Os gestores de 64% dos municípios brasileiros afirmaram que a pandemia afetou muito a rotina e política de seus municípios. Para 13% dos entrevistados, em nada foram afetados pela propagação da covid-19, enquanto outros 23% dizem que foram um pouco afetados.
De acordo com o estudo, quanto maior o município, maior é o impacto sentido. Entre as cidades brasileiras que possuem mais de 100 mil habitantes, 76% afirmaram ter sofrido grandes impactos com a pandemia.
Já nos municípios em que a população não passa dos 10 mil habitantes, o percentual de gestores de saúde que consideram que os impactos foram grandes cai para 58%.
Nos municípios considerados de médio porte, com população variando entre 10 mil e 100 mil habitantes, o percentual cai para 68%.
Ainda de acordo com os gestores, o principal desafio no atual momento da pandemia é a distribuição das vacinas. Para 47%, esse é o maior problema. Outros 18% consideram a falta de profissionais da saúde como o maior empecilho no enfrentamento à pandemia.
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