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CPI da Covid votará requerimentos para ouvir Ricardo Barros e Braga Netto

Ricardo Barros é líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados - Reprodução
Ricardo Barros é líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

28/06/2021 18h29

A CPI da Covid voltará à ativa amanhã e fará votação para novos requerimentos. A comissão tem 75 pedidos para serem apreciados. Entre eles o principal é o de Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara dos Deputados. Outro requerimento importante é para ouvir Walter Braga Netto, ministro da Defesa, que já chefiou a pasta da Casa Civil.

Ricardo Barros é suspeito de participação em um possível esquema de compra ilícita da vacina Covaxin. O deputado Luís Miranda (DEM-DF) falou, em sessão da CPI, na semana passada, que o presidente Bolsonaro relacionou Barros com essas suspeitas. Barros negou que as acusações sejam objetivas e disse que está à disposição para esclarecimentos.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), já avisou que, além de Barros, pretende convocar empresários e servidores do Ministério da Saúde para investigar as denúncias feitas por Miranda. Na lista dos 75 requerimentos a serem apreciados está, por exemplo, o nome de Rodrigo de Lima. Ele foi citado pelo servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, como alguém que sabia de um suposto esquema de propinas nas negociações por testes e vacinas.

Outro servidor que está citado entre os requerimentos é Thiago Fernandes da Costa. Ele atuou no contrato celebrado entre a União e a Bharat Biotech para compra da Covaxin. Segundo o pedido encaminhado à CPI, a oitiva de Thiago "é fundamental para esclarecer as suspeitas de corrupção envolvendo este contrato".

A CPI da Covid também deve ouvir funcionários da Precisa Medicamentos, empresa farmacêutica que negociava a venda da Covaxin com o Ministério da Saúde. Na lista de requerimentos existem os nomes de Emanuela Medrades, diretora técnica da empresa, e Túlio Silveira, representante da farmacêutica. Também existem pedidos de quebra de sigilo telefônico e telemático deles, além de pedidos de documentos à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) relacionados à Covaxin.

Cansino

Outro requerimento que pode ser analisado pela CPI da Covid também envolve Ricardo Barros. Ele requer que o Ministério da Saúde dê detalhes sobre as negociações para aquisição da vacina chinesa Convidecia, do laboratório Cansino, por intermediação da Belcher Farmacêutica. A compra dessa vacina seria a mais cara entre todas adquiridas até agora e entrou na mira da CPI.

Barros é relacionado com essa suspeita porque suspostamente mantém ligações com a Belcher, empresa farmacêutica de Maringá que representa a Cansino no Brasil.

Walter Braga Netto

O ex-Ministro da Casa Civil já foi citado diversas vezes na CPI da Covid. Ele teria participado de momentos importantes, como a compra de cloroquina e as negociações por vacinas. Braga Netto chefiou um "Gabinete de Crise" no início da pandemia e, segundo a oposição, não entregou resultados efetivos.

Sputnik V

A CPI da Covid também segue de olho na negociação para compra de vacinas Sputnik V. Por isso há um requerimento para convocação de Rogério Rosso, diretor de negócios internacionais da União Química, empresa que negocia a venda do imunizante russo.

Também há requerimento para ouvir Wellington Dias, governador do Piauí, que preside o Consórcio Nordeste, responsável por trazer vacinas Sputnik ao Brasil. Mas O STF (Supremo Tribunal Federal) já determinou que governadores não precisam comparecer na CPI da Covid.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.