Paes mantém Rio 'aberto' em meio a pico de casos e disputa no STF por doses
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), adiou por mais uma semana a possibilidade de ampliar medidas de restrição na capital fluminense. A decisão acontece em meio à pior semana do ano em relação ao número de casos confirmados de covid-19 e a uma disputa no STF (Supremo Tribunal Federal) por mais vacinas.
Atualmente, apenas boates e festas com vendas de ingresso estão proibidas no Rio. O restante dos estabelecimentos pode funcionar observando algumas regras de funcionamento, como distanciamento e uso de máscaras. Paes afirmou hoje que pode aumentar as restrições se essa alta de infecções refletir um aumento de casos graves e óbitos —os índices permaneceram estáveis nas últimas semanas, segundo a prefeitura.
Durante a divulgação do boletim epidemiológico, o prefeito disse que a ação no STF é para que o Rio tenha garantia do recebimento das doses necessárias para continuar a vacinação no mesmo ritmo e, principalmente, aplicar a terceira dose em idosos.
Delta no Rio indica nova onda
Apesar de os números de casos graves e mortes estarem estáveis na capital, a rede pública municipal de saúde tem 95% dos leitos de UTI para covid ocupados. A prefeitura do Rio informou ao UOL que não divulga os números absolutos de casos graves e mortes por semana.
O painel de monitoramento do governo do estado — que reúne informações sobre todos os municípios — mostra que a capital tem registro médio de 775 internações semanais por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) desde meados de junho.
Essas internações por SRAG podem ser casos graves de covid-19, influenza ou motivo ainda sob investigação. Em junho, a capital ficou abaixo dos 1.000 casos graves entre confirmados por covid-19 e investigados depois de três meses: 821.
Na semana passada, houve 817 registros de internações por SRAG entre covid-19 e aqueles ainda em investigação. A semana atual ainda está com dados em processamento e registra, até agora, 160 casos de internações.
Paes trata a cidade como "epicentro" da variante delta no Brasil e, por isso, tem feitos constantes apelos ao Ministério da Saúde por mais vacinas.
O comportamento da variante delta no Rio é um indicativo do que pode acontecer no restante do país, de acordo com especialistas em saúde ouvidos pelo UOL.
Paes costuma citar o sucesso da vacinação na capital, mas ainda não recuou no afrouxamento das medidas. Para o médico e neurocientista Miguel Nicolelis, confiar só na vacinação não é suficiente.
"Todos os países que confiaram só na vacinação têm problemas nesse momento. Abrir tudo com a circulação da delta é um negacionismo gourmet", afirmou nesta semana ao UOL.
Disputa por mais vacinas
Na última semana, Queiroga anunciou que a distribuição será proporcional com o objetivo de deixar todos os estados no mesmo nível de vacinação: quem não terminou a vacinação de adultos, receberá doses para que acelere o calendário.
Com isso, Paes orientou a Procuradoria Geral do Município a ingressar no Supremo com uma ação para garantir a entrega de doses à capital fluminense.
"Eu diria que é uma medida preventiva, diante de algumas declarações de autoridades sanitárias a nível nacional que apontam uma diminuição de entrega de doses para algumas unidades federativas que eventualmente atingiram determinado percentual [de vacinação]", explicou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.