Prefeitura no interior do RJ desiste de passaporte de vacina em igrejas
A prefeitura da cidade de Sapucaia, na região sul do Estado do Rio, decidiu voltar atrás num decreto que proibia pessoas maiores de 18 anos de frequentar templos religiosos no município sem ter tomado ao menos uma dose da vacina contra a covid-19.
A norma havia sido publicada em Diário Oficial na quarta (1), mas acabou sendo cancelada no mesmo dia. Com 17 mil habitantes, Sapucaia contabiliza 3.086 casos de pessoas que contraíram o coronavírus desde o início da pandemia. Foram registrados 114 óbitos.
Nas redes sociais, parlamentares bolsonaristas comemoraram o cancelamento. No próprio dia 1º, a deputada federal Chris Tonietto (PSL-RJ) havia dito no Twitter que tomaria medidas, junto com o deputado estadual Márcio Gualberto, do mesmo partido, para barrar o decreto.
No dia seguinte, ela celebrou o que chamou de "vitória do bom senso". Tanto Tonietto quanto Gualberto são da bancada da Igreja Católica.
VITÓRIA DO BOM SENSO!
-- Chris Tonietto (@ToniettoChris) September 2, 2021
O Prefeito de Sapucaia que havia editado decreto impondo o passaporte sanitário, inclusive, para que os fiéis pudessem entrar nos templos religiosos voltou atrás e retirou essa exigência! O deputado @depmgualberto e eu estamos vigilantes...
Apesar de liberar a necessidade de um "passaporte" de vacina para frequentar os templos, a prefeitura de Sapucaia manteve regras como a ocupação de apenas 30% desses espaços, uso de máscaras e distanciamento de dois metros entre os frequentadores.
No município, ainda estão suspensos shows, feiras e atividades em casas de festa ou boates. O UOL tentou contato, sem sucesso, com a prefeitura da cidade para esclarecer o motivo de ter voltado atrás em relação à exigência da vacina para quem for aos templos. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
Na capital, exigência começa dia 15
Na capital do Rio, a prefeitura chegou a anunciar a obrigatoriedade do "passaporte" de vacina a partir do dia 1º deste mês para a entrada em diversos estabelecimentos. A exigência, porém, foi adiada para o dia 15 por causa de instabilidade no sistema ConecteSUS, que emite os comprovantes.
O certificado será necessário para ingressar, por exemplo, em academias de ginástica, cinemas e teatros. A fiscalização será feita por amostragem.
Apesar de a exigência ainda não estar valendo, a prefeitura anunciou nesta sexta (3) que, somente o anúncio de que será necessária a apresentação do certificado, já gerou uma queda de 40% no número de pessoas que deixaram de receber a segunda dose do imunizante.
A apresentação do comprovante será obrigatória de acordo com o calendário de vacinação por idade.
A medida tomada por Eduardo Paes também gerou reações da bancada bolsonarista. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) encaminhou um ofício ao Ministério Público do Rio, no fim do mês passado, pedindo que fossem adotadas "providências cabíveis, preservando direitos e garantias previstas na Constituição".
O prefeito rebateu afirmando que seu dever é "zelar pela saúde e segurança da população".
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