Butantan vai substituir milhões de doses de CoronaVac suspensas pela Anvisa
O governo de São Paulo determinou hoje que o Instituto Butantan substitua os lotes de CoronaVac interditados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Segundo o governador João Doria (PSDB), 6,9 milhões de doses já serão entregues amanhã.
No último dia 4, a agência suspendeu a distribuição de 25 lotes da vacina por não ter inspecionado a fábrica da Sinovac na China em que as doses foram envasadas. No total, a decisão afetou 21 milhões de doses, sendo que 12 milhões já haviam sido encaminhadas ao Ministério da Saúde e outras 9 milhões estavam em processo de envio.
O estado de São Paulo correu então para liberar as doses represadas, mas, segundo a agência, os documentos apresentados eram insuficientes. Segundo a equipe de Doria, amanhã serão repassadas 6,9 milhões de doses e outras 5 milhões chegam na semana que vem.
"Não podemos ter doses bloqueadas em meio a uma pandemia. A população precisa de vacinas", disse o governador, por meio de nota.
Novas linhas de envase em funcionamento
As doses foram suspensas, de forma cautelar, no último dia 4, quando a Anvisa verificou que não havia vistoriado a fábrica na China usada pela Sinovac para envase dessas unidades.
Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, a Sinovac colocou em funcionamento de várias linhas de envase —e esse último lote foi envasado em uma fábrica nova que não havia sido visitada pela Anvisa, o que gerou o impasse.
"Isso está sendo providenciado, a documentação está sendo encaminhada", disse Dimas, em coletiva na última quarta (8).
O Instituto Butantan mantém uma força-tarefa em perfeito entendimento com a Anvisa para liberação dos lotes interditados. Até a liberação, o remanejamento das novas doses vai substituir cerca de 8 milhões de imunizantes com uso temporariamente suspenso."
Nota do governo estadual
Governo diz que doses são seguras
Ainda não há uma recomendação do que as 12 milhões de pessoas que tomaram as doses suspensas devem fazer, mas o governo paulista afirma que as doses são seguras.
A população pode ficar tranquila com relação à qualidade desse lote que foi mantido em suspensão pela Anvisa. Todos os lotes, as doses, passaram por rígido controle de qualidade, seja pelo próprio Instituto Butantan, como também pelo instituto nacional de controle de qualidade, vinculado à Fiocruz, para que dessa forma [o material] pudesse ter sido distribuído para os municípios."
Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde, em coletiva
Embora diga garantir a segurança das doses, a Secretaria Estadual da Saúde segue a recomendação do ministério e pede que as prefeituras monitorem os cidadãos que tomaram as doses.
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