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Epidemiologista critica decisão da Saúde sobre vacinação de adolescentes

O epidemiologista Pedro Hallal: "Até quando vão tratar a pandemia com uma abordagem clínica, e não coletiva?" - Jefferson Rudy/Agência Senado
O epidemiologista Pedro Hallal: 'Até quando vão tratar a pandemia com uma abordagem clínica, e não coletiva?' Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

16/09/2021 13h23

O epidemiologista Pedro Hallal criticou hoje a decisão do Ministério da Saúde que deixa de recomendar a aplicação de vacinas contra covid-19 para adolescentes sem comorbidades e a classificou como "100% errada".

"Até quando vão tratar a pandemia com uma abordagem clínica, e não coletiva? É verdade que a maioria dos adolescentes não terá caso grave, mas quanto mais gente vacinada, mais difícil pro vírus circular", escreveu Hallal em sua conta no Twitter.

O comunicado sobre a decisão veio da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à covid-19 na noite de ontem. Alguns estados já estavam aplicando o imunizante em jovens e outros previam começar hoje.

Com isso, a pasta orienta a vacinação contra o vírus apenas para pessoas entre 17 e 12 anos que tenham "deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade".

A decisão estaria embasada nas orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) de não recomendar a imunização de adolescentes, por essa faixa etária ter poucos casos graves e faltar estudos sobre a vacinação nesse grupo, portanto "os benefícios não estão claramente definidos". No entanto, a OMS já recomendou a vacina Pfizer-BioNTech para menores de 16 anos, após ter se mostrado eficaz em testes realizados dentro dessa faixa etária, mas pediu que os grupos de risco tenham prioridade na administração do imunizante.

Em junho, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o uso deste imunizante para adolescentes de 12 anos a 15 anos. A vacina já estava autorizada para pessoas com 16 anos ou mais anteriormente.

Governo de SP critica decisão

O governo de São Paulo, por meio de uma nota oficial, criticou a decisão do Ministério da Saúde.

De acordo com o governo paulista, já foram vacinados com ao menos uma dose 2,4 milhões de adolescentes desde o dia 18 de agosto, o que corresponde a 72% do público-alvo. Atualmente, o estado vacina todos os adolescentes acima de 12 anos.

De acordo com a administração estadual, a decisão "vai na contramão de autoridades sanitárias de outros países, cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes". São Paulo disse ainda que manterá o cronograma.