Saúde diz que não irá vacinar adolescentes até que haja mais evidências
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou hoje que a pasta não irá recomendar a vacinação contra covid-19 em adolescentes sem comorbidades até que haja mais evidências "sólidas".
Ele comparou a situação ao que aconteceu em maio, quando a imunização de grávidas foi suspensa após a morte de uma gestante que havia tomado a primeira dose no Rio de Janeiro. "Em relação a adolescentes, a recomendação é essa. Por favor, sigam a orientação do PNI e não apliquem outros imunizantes além do que está autorizado", afirmou, durante entrevista coletiva.
"[Adolescentes] sem comorbidades, independente da vacina que tomaram, para e não toma a outra [dose]. Por uma questão de cautela, até que se tenha mais evidências para seguir em frente. Os com comorbidades, completam o esquema vacinal", orientou.
"A decisão pode ser baseada em opinião de especialistas. A medicina e a ciência são dinâmicas e a posição das autoridades regulatórias e sanitárias pode mudar, já mencionei aqui a questão das gestantes. A medicina não é matemática, não é uma ciência exata. Precisamos da vigilância em saúde porque a gente consegue detectar todos esses casos", analisou em outro momento da coletiva.
Segundo o Ministério, foram aplicadas mais de 26 mil doses de vacinas que não foram autorizadas para menores de idade. O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, falou que a pasta monitora esses casos.
Queiroga afirmou que a vacinação de adolescentes foi feita de maneira "intempestiva". A pasta previa que a imunização desse público só começasse hoje, mas alguns estados já vacinam desde meados de agosto.
De acordo com um gráfico apresentado pela pasta, mais de 3,5 milhões de pessoas entre 12 e 17 anos foram vacinadas em todo o país, e foram relatados cerca de 1.500 eventos adversos —como são chamados casos em que o indivíduo tem reações que não são previstas em bula.
Desses, segundo Medeiros, a maioria não é grave, mas ele citou o caso de um adolescente que morreu em São Paulo após ter tomado a primeira dose da vacina. O caso está sendo investigado e ainda não se sabe se a morte está associada ao imunizante.
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