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SP investiga morte de jovem após vacina: 'Qualquer afirmação é precoce'

Governo de São Paulo investigará se causa da morte de adolescente tem relação com a vacina Pfizer - Reprodução/Twitter Paulo Câmara
Governo de São Paulo investigará se causa da morte de adolescente tem relação com a vacina Pfizer Imagem: Reprodução/Twitter Paulo Câmara

Do UOL, em São Paulo

16/09/2021 14h37Atualizada em 16/09/2021 15h04

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo anunciou hoje que investigará se há relação entre a causa da morte de uma adolescente e a vacina contra covid-19. A jovem era moradora de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

A pasta informou que, até o momento, não foi comprovada relação entre o óbito e o imunizante. O caso será investigado "devido à relação temporal com a aplicação da vacina".

É irresponsável a disseminação de qualquer informação que traga medo e insegurança aos adolescentes e familiares. Qualquer afirmação ainda é precoce e temerária."
Nota de Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo

A Pfizer é o único imunizante com autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser aplicado em jovens de 12 a 17 anos. Já foram vacinados 2,4 milhões de adolescentes com pelo menos uma dose no estado de São Paulo, o que corresponde a 72% do público-alvo.

Em entrevista hoje ao UOL News, a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Margareth Dalcolmo, reafirmou que a vacina é segura para a faixa etária. "Tendo disponibilidade de vacinas para grupo vulneráveis, a cobertura de adolescentes é absolutamente correta".

Ministério da Saúde suspende vacina para adolescentes

O Ministério da Saúde anunciou hoje a suspensão da vacinação contra o coronavírus para adolescentes sem comorbidades. A medida ocorre em meio a falta de estoque de certas vacinas em alguns pontos do Brasil, como São Paulo, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, até então se mostrava favorável a cobertura vacinal dos adolescentes. Agora, a pasta orienta a vacinação contra o vírus apenas para pessoas entre 17 e 12 anos que tenham "deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade".

Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo já anunciaram que descumprirão a medida determinada pelo Ministério da Saúde.

Em nota, a prefeitura de São Paulo diz que aplicou 712.499 primeiras doses em jovens de 12 a 17 anos, o que representa 84,4% de cobertura vacinal deste público, estimado em 844.073 pessoas.

"Restam, portanto, cerca de 15% para atingir a totalidade da cobertura vacinal do grupo de adolescentes. Assim sendo, [a prefeitura] não interromperá a imunização com doses de Pfizer para adolescentes sem comorbidade na capital."

O Rio de Janeiro também avisou que manterá a vacinação de adolescentes de acima de 14 anos, mas vai avaliar a situação de jovens de 12 e 13 anos. Natal e Salvador suspenderam a aplicação em adolescentes sem comorbidades.

O epidemiologista Pedro Hallal classificou a decisão do Ministério da Saúde como "100% errada".

"Até quando vão tratar a pandemia com uma abordagem clínica, e não coletiva? É verdade que a maioria dos adolescentes não terá caso grave, mas quanto mais gente vacinada, mais difícil pro vírus circular", escreveu Hallal em sua conta no Twitter.