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'Kit covid' pode ter acelerado deterioração da vida de pacientes,diz Vecina

Colaboração para o UOL

23/09/2021 09h47

O médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Gonzalo Vecina, disse hoje que o "kit covid" pode ter feito com que pacientes passassem a precisar de cuidados paliativos.

"Alguns dos medicamentos que foram usados no 'kit covid', como a cloroquina e ivermectina, para tratar pacientes em estado grave, podem ter abreviado a vida desses pacientes", afirmou durante o UOL News, desta quinta-feira (23).

Segundo Vecina, "esses medicamentos não contribuíram para melhorar a vida dos pacientes, como era a expectativa, pelo contrário, aceleraram a deterioração da vida".

O diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, perdeu ontem o status de testemunha e agora é investigado pela CPI da Covid. Aos senadores, ele defendeu que a empresa foi prejudicada por ex-funcionários que teriam, segundo ele, feito a manipulação e divulgação indevida de dados de pacientes em relação à aplicação do chamado "kit covid".

Segundo dossiê elaborado a partir de denúncias de médicos da Prevent Senior, documento ao qual a CPI teve acesso, a operadora de saúde pressionou seus médicos a receitar, para fins de um estudo interno, o "kit covid" —composto por medicamentos sem eficácia no tratamento da doença (como hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e outros).

Os documentos também apontam que alguns pacientes citados no estudo sequer consentiram com a prescrição do kit covid. Além disso, a Prevent Senior ocultou mortes de pessoas que tomaram os medicamentos. De acordo com os relatos, a empresa se alinhou ao discurso de Jair Bolsonaro (sem partido) e do governo federal.