SP aplicará terceira dose em profissionais da saúde a partir de 2ª
O governo de São Paulo anunciou hoje a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 para profissionais da saúde do estado a partir da próxima segunda-feira (4).
De acordo com o governador João Doria (PSDB), cerca de um milhão de profissionais poderão receber a dose extra. Para receber a terceira dose, é preciso que o profissional da saúde já tenha completado o esquema vacinal há pelo menos seis meses.
Como acontece com os outros grupos, São Paulo diverge do governo federal e usa "a vacina que estiver disponível" para a dose de reforço —CoronaVac, AstraZeneca/Oxford e Pfizer. O Ministério da Saúde indica o uso preferencialmente da Pfizer.
Todos os profissionais registrados na área da saúde e que foram imunizados no tempo estipulado poderão tomar a terceira dose.
Aos trabalhadores de saúde que já tomaram a suas vacinas em fevereiro e março, estamos mobilizando mais 1 milhão de doses para que se inicie na segunda-feira, dia 4, a aplicação da terceira dose."
Regiane de Paula, coordenadora do Plano Estadual de Vacinação
Corujão da Saúde
Em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o governador também informou que retomará o projeto "Corujão da Saúde", que realiza exames durante a noite.
A expectativa é que sejam realizados pelo menos 335 mil exames a partir da próxima sexta (1º), na rede pública.
O Corujão também será realizado em hospitais particulares, como já ocorria — nestes, os exames começarão a acontecer no dia 11 de outubro. No total, 50 hospitais privados participarão do programa.
"Com o avanço da vacinação, será possível retomar o Corujão da Saúde, com os melhores hospitais públicos e privados —são 50 hospitais privados, e eu destaco o Albert Einstein, o Sírio-Libanês e o Oswaldo Cruz", declarou Doria.
O programa foi lançado pelo governador em 2019, depois de já ter sido implementado na capital, mas foi interrompido em 2020, por causa da pandemia.
"Temos uma obrigatoriedade de agilizar não somente o diagnóstico desses pacientes represados como o início dos tratamentos deles. Foram de 335 mil exames que ficaram guardando fila, principalmente aqueles que foram cadastrados pelos municípios até o dia 31 de agosto", declarou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
Dados instáveis
Gorinchteyn também falou sobre a instabilidade nos registros de casos e mortes por covid-19 —que, de acordo com os governos estaduais, é consequência de uma atualização no aplicativo e-SUS, feita no começo deste mês. O problema já foi reportado anteriormente e expõe a subnotificação no país.
Todos os dados continuam instáveis, e isso ainda faz com que ora tenhamos um incremento significativo, como o que aconteceu na semana passada, com mais de 130% de elevação no número de casos. Nessa semana, tivemos uma queda de quase 80% [...] Essa instabilidade faz com que não tenhamos o dado real de casos.
Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde
O secretário ponderou que os dados sobre internações não são afetados. No estado de São Paulo, segundo dados de ontem da secretaria, a ocupação dos leitos destinados a pacientes com covid-19 é de 31,7% nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e 21,2% nas enfermarias. No primeiro semestre deste ano, a ocupação em UTIs chegou a 90%.
Ele também defendeu a divulgação correta das informações: "É um dever cívico trazer e levar as informações [...] São Paulo não tem nada a temer, não tem nada a esconder e, portanto, estamos absolutamente à disposição."
De acordo com a plataforma da Fundação Seade, que reúne os números de covid do estado, São Paulo somou, até agora, mais de 4,3 milhões de diagnósticos positivos de covid-19 e quase 150 mil mortes pela doença.
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