RS: 5 funcionárias de posto de saúde são indiciadas por desvio de vacinas
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou cinco funcionárias de uma Unidade de Saúde na zona sul de Porto Alegre que teriam desviado 21 doses de vacinas contra a covid-19.
As investigações apontaram que as doses foram aplicadas em pessoas do próprio círculo social das profissionais, que foram demitidas por quem as empregava. Elas foram indiciadas por peculato, infração de medida sanitária e falsidade ideológica (veja detalhes abaixo).
Procurada pelo UOL, a SMS (Secretaria Municipal de Saúde) de Porto Alegre disse que auxilia nas investigações "com todos os dados necessários", mas que as funcionárias não têm ligação com o órgão.
Segundo a SMS, a Unidade de Saúde Guarujá — na qual elas trabalhavam — é gerida pela Associação Hospitalar Vila Nova. Ao UOL, a entidade disse que as cinco foram ouvidas e, após confessarem as infrações, foram demitidas por justa causa.
Ainda de acordo com a associação, a demissão do grupo só foi feita após a abertura de um processo administrativo disciplinar, que foi repassado, posteriormente, para a Polícia Civil.
Operação das funcionárias
Para mascarar o esquema, as funcionárias cadastravam as doses como parte da "xepa" — ou seja, eram sobras que precisavam ser aplicadas no fim do dia, sob o risco de serem descartadas.
Segundo a Polícia Civil, as doses foram aplicadas fora do calendário e das regras definidas na época para a "xepa". Os nomes das funcionárias indiciadas não foram revelados pela Polícia Civil.
O inquérito foi encaminhado na tarde de ontem para a Justiça e uma cópia foi entregue ao MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul). As funcionárias foram indiciadas pelos seguintes crimes, segundo o órgão:
- peculato (pelo desvio de doses em favor próprio ou alheio);
- infração de medida sanitária (pela aplicação de doses em descompasso com o calendário vacinal e as regras vigentes);
- e falsidade ideológica (pelo cadastro deliberadamente incorreto no cadastro de doses aplicadas).
Em posse das informações investigadas pela Polícia Civil, o MP-RS é quem, agora, decide se oferecerá uma denúncia na Justiça contra as cinco funcionárias. Caso a Justiça a aceite, elas passarão de indiciadas para formalmente acusadas pelos crimes.
Outras denúncias de doses aplicadas indevidamente na capital gaúcha também estão sendo investigadas pela Polícia Civil. As apurações estão sendo feitas em parceria com o MP e com a Prefeitura de Porto Alegre.
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