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Consórcio de veículos de imprensa chega a 500 dias de trabalho colaborativo

País atingiu metade de sua população totalmente vacinada contra a covid-19 nesta quarta-feira (20) - João Nogueira/Futura Press/Folhapress
País atingiu metade de sua população totalmente vacinada contra a covid-19 nesta quarta-feira (20) Imagem: João Nogueira/Futura Press/Folhapress

Por UOL, Folha, g1, O Globo, Extra e Estadão

20/10/2021 20h01Atualizada em 20/10/2021 20h01

No dia em que o Brasil atingiu mais da metade de sua população totalmente vacinada contra a covid-19, o consórcio de veículos de imprensa completou 500 dias ininterruptos de trabalho. O grupo é formado por UOL, Folha de S.Paulo, g1, O Globo, Extra e O Estado de S.Paulo.

O consórcio foi criado no dia 8 de junho de 2020 em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19.

Os veículos decidiram formar uma parceria e trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias sobre os casos e as mortes pela doença nos 26 estados e no Distrito Federal.

Em uma iniciativa inédita, as equipes dos veículos de comunicação passaram a dividir tarefas e compartilhar as informações obtidas para que os brasileiros pudessem saber a evolução e o total de óbitos provocados pela Covid-19, além dos números consolidados de casos testados e com resultado positivo para o novo coronavírus.

Um balanço diário passou a ser fechado (e divulgado por todos) às 20h.

No início do ano, o consórcio também se comprometeu a divulgar diariamente os dados de pessoas vacinadas contra a doença, mostrando a evolução da imunização em todos os estados do país. Desde janeiro, são divulgados dados sobre as pessoas que receberam as doses da vacina.

Nesta quarta (20), o país ultrapassou o percentual de 50% de totalmente imunizados. São 106,8 milhões de brasileiros com o esquema vacinal completo.

Importância do jornalismo

O trabalho do consórcio de veículos de imprensa impede que o Brasil seja vítima de um novo apagão de dados, como em junho de 2020. É um investimento que se renova, com dados confiáveis sobre o avanço da vacinação no país
Alexandre Gimenez, gerente-geral de Notícias do UOL

"Quando as instâncias oficiais falharam em dar informação vital para a população, coube ao jornalismo profissional se unir de maneira inédita e apurar e divulgar essa informação. 500 dias depois, o consórcio da imprensa continua, assim como, infelizmente, a falta de confiança no governo", diz Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha de S.Paulo.

"Foram 500 dias muito duros para o país. E o consórcio serviu, e serve, a população com o que o jornalismo pode fazer de melhor, que é levar informação precisa, clara e relevante", afirma Renato Franzini, diretor do g1.

"O consórcio traduz o papel decisivo que o jornalismo teve nesse momento tão difícil do país. Que seja uma inspiração para novas gerações de jornalistas", diz Alan Gripp, diretor de Redação de O Globo.

"Temos um enorme orgulho de participar deste esforço conjunto de levar à sociedade as informações sobre a pandemia. Diante da omissão do governo federal, a imprensa cumpriu a sua missão", afirma João Caminoto, diretor de Jornalismo do Grupo Estado.

"No momento em que a estatística oficial não era confiável, coube ao jornalismo profissional se unir para trazer os dados precisos. Foi um trabalho fundamental em momento tão crítico", diz Humberto Tziolas, diretor de Redação do Extra.