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Vecina: Falta de uma pessoa não pode fazer com que Ministério da Saúde pare

Colaboração para o UOL, no Rio

05/11/2021 08h22Atualizada em 06/11/2021 05h03

O fundador e ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Gonzalo Vecina, disse no UOL News desta manhã que o PNI (Programa Nacional de Imunizações) estar sem coordenador há quase quatro meses é uma das consequências da falta de comando no Ministério da Saúde. Para o médico sanitarista, a pasta como um todo sofre com a falta de ações efetivas.

"O problema não é a falta do chefe da vacinação, é que o secretário em Vigilância em Saúde (Arnaldo Medeiros) é desqualificado e o ministro (Marcelo Queiroga) também é desqualificado. Não temos falta de comando no PNI, temos falta de cadeia de comando", disse Vecina.

Criado há quase meio século para expandir o acesso à vacinação no Brasil, o PNI, do Ministério da Saúde, está sem chefia desde dia 7 de julho.

A falta de uma pessoa não pode fazer com que uma organização tão importante quanto o Ministério da Saúde de um país pare. Só que o Ministério da Saúde no Brasil está parado porque não temos cadeia de comando. Todo mundo é inadequado, fraco e leniente com as questões da saúde pública no Brasil. É todo mundo que está lá
Gonzalo Vecina

O vácuo de comando no PNI ocorre não apenas durante a pandemia do novo coronavírus, mas em um momento de queda das coberturas vacinais no país ao nível da década de 1980.

"O grande problema hoje da vacina não é falta de vacina. Existe vacina. Só que não existe convocação para vacinar. Sem convocação para vacinar, as pessoas não levam suas crianças para vacinar ou não vão se vacinar, no caso de vacinas de adultos, como é o caso que vimos agora da gripe, onde mais da metade das pessoas não foi buscar vacinação", afirmou Vecina.