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Em contramão de Bolsonaro, Queiroga liga onda de covid a falta de vacina

Marcelo Queiroga toma 3ª dose contra covid-19 no lançamento da "megavacinação" - Reprodução/Ministério da Saúde
Marcelo Queiroga toma 3ª dose contra covid-19 no lançamento da "megavacinação" Imagem: Reprodução/Ministério da Saúde

Colaboração para o UOL, em Brasília

20/11/2021 16h15

No lançamento da "megavacinação" contra a covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o Brasil é "um sucesso" no enfrentamento da doença e ligou a recente onda de coronavírus na Europa a um nível mais baixo de adesão ao imunizante.

"O que tem acontecido em alguns países da Europa, eles estão sofrendo com a nova onda [de covid-19]. As pessoas que não tomaram vacina ou tomaram há mais de seis meses precisam tomar o reforço. E quem não tomou a segunda dose precisa buscar as salas de vacinação para a segunda dose", afirmou no evento.

"O Brasil tem sido um case de sucesso no enfrentamento da pandemia", disse. Momentos depois, o ministro da Saúde foi imunizado pela terceira vez esse ano para prevenir o coronavírus.

A importância da vacina

Diversas vezes durante o lançamento da megavacinação, Queiroga exaltou a eficácia e a importância das vacinas para combater a covid-19. Ele afirmou que elas são seguras e foram devidamente testadas em todas as etapas necessárias.

A postura do ministro da Saúde é um grande contraste com a do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que repetidamente falou não ter tomado vacina para prevenir a doença. Pela idade, Bolsonaro poderia, inclusive, já ter tomado a terceira dose.

Nem a pressão da comunidade internacional parece ter convencido o presidente a se vacinar. Quando estava prestes a viajar aos Estados Unidos, em setembro, para a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Bolsonaro criticou a medida de proteção em uma live.

Tomar vacina pra quê? Minha taxa de anticorpos está lá em cima, eu te apresento o documento [...] Eu estou bem, vou tomar vacina, a Coronavac, por exemplo, que não vai chegar a essa efetividade, pra que eu vou tomar? Depois que todo mundo tomar a vacina, eu vou decidir o meu futuro aí".
Jair Bolsonaro, em setembro durante uma live

A cidade de Nova York, onde fica a sede do órgão, determinou que todos os participantes do evento deveriam ter um comprovante de imunização. A ONU afirmou que não pode cobrar o documento, mas isso não impediu o presidente brasileiro de ser ridicularizado por figuras internacionais, como o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, e Boris Johnson, o primeiro-ministro do Reino Unido.

A situação na Europa

Com 60% dos novos casos mundiais de covid-19, a Europa voltou a ser o epicentro da doença, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o que levou alguns países a considerarem a reimposição de restrições no período que antecede o Natal.

A chegada do inverno no hemisfério norte preocupa as autoridades, já que o vírus se espalha mais facilmente nos meses de frio, quando as pessoas se reúnem em casa.

Os países mais atingidos pela nova onda da doença são os do leste do continente, que têm um número menor de cidadãos vacinados. Mas nos países onde a taxa de imunização é alta, as contaminações também aumentam rapidamente, como é o caso de Portugal e Alemanha.