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Países da Europa adotam restrições temendo 5ª onda da covid; veja situação

Do UOL, em São Paulo

19/11/2021 10h09Atualizada em 19/11/2021 12h27

Com 60% dos novos casos mundiais de covid-19, a Europa voltou a ser o epicentro da doença, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o que levou alguns países a considerarem a reimposição de restrições no período que antecede o Natal.

A chegada do inverno no hemisfério norte preocupa as autoridades, já que o vírus se espalha mais facilmente nos meses de frio, quando as pessoas se reúnem em casa.

Os países mais atingidos pela nova onda da doença são os do leste do continente, que têm um número menor de cidadãos vacinados. Mas nos países onde a taxa de imunização é alta, as contaminações também aumentam rapidamente.

"Este é outro lembrete, como já dissemos repetidamente, de que as vacinas não substituem a necessidade de outras precauções", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, recentemente.

Veja abaixo a situação da covid em alguns países do continente.

Novo lockdown na Áustria

15.nov.2021 - Pessoas esperam na fila para receber a vacina contra covid-19 em Viena, na Áustria - Joe Klamar/AFP - Joe Klamar/AFP
15.nov.2021 - Pessoas esperam na fila para receber a vacina contra covid-19 em Viena, na Áustria
Imagem: Joe Klamar/AFP

Para conter a alta de casos, o chanceler austríaco, Alexander Schallenberg, anunciou, hoje, que um novo lockdown será instaurado no país a partir de segunda-feira (22). A medida atingirá toda a população, incluindo os imunizados contra o coronavírus. A vacinação contra a doença será obrigatória a partir de 1º de fevereiro de 2022.

Depois de ter instaurado, há poucos dias, o bloqueio para os não vacinados, a Áustria se torna o primeiro país da União Europeia a adotar as duas medidas. "Não conseguimos convencer as pessoas o suficiente para se vacinarem", afirmou o chanceler, explicando que as UTIs (unidades de terapia intensiva) já estão em situação crítica.

Desde segunda-feira (15), na Áustria, as pessoas não vacinadas não podem sair de casa, exceto para fazer compras, praticar esportes e receber atendimento médico.

Dos 8,9 milhões de habitantes do país, 66% estão totalmente imunizados, apesar de o país ter adotado o passaporte sanitário em abril. As recentes medidas adotadas pelo governo já tiveram um efeito positivo, com o aumento do número de pessoas que agendaram um horário para receberem uma dose. Mesmo assim, o número de casos de covid-19 continua crescendo, com 15 mil novas infecções nas últimas 24 horas.

Recorde de mortes na Rússia

A Rússia relatou hoje 1.254 mortes relacionadas ao coronavírus nas últimas 24 horas, um recorde diário de alta que se segue a um surto de casos no país.

A força-tarefa do governo contra a covid-19 também relatou 37.156 infecções em todo o país, incluindo 3.371 em Moscou, contra um pico de 41.335 registradas em 6 de novembro.

Romênia e Bulgária

A média móvel de mortes bateu recorde na Bulgária na semana passada, chegando a 1.186. Mais de 90% das vítimas não estavam vacinadas.

Na vizinha Romênia, o pico parece ter passado, mas a média de mortes estacionou em um platô elevado: 300 pessoas por dia. Famílias inteiras morreram no país, que perdeu o equivalente a uma pequena cidade por dia em outubro, incluindo jovens de menos de 30 anos, sem comorbidades, em sua maioria não vacinados.

A Romênia e a Bulgária, países mais atingidos pela nova onda da covid-19 na Europa, também são os que têm a menor taxa de vacinação, com menos de 43% da população imunizada, enquanto em todo o continente a média é de 76%.

Dinamarca volta a exigir passaporte sanitário

Nos países do norte, a vacina ajudou a proteger os sistemas hospitalares, mas não é suficiente para parar a pandemia e alguns países decidiram voltar às medidas restritivas. Assim, a Dinamarca volta a exigir o passaporte sanitário e a Suécia segue os mesmos passos, enquanto a Holanda decretou um lockdown parcial. A previsão, segundo o primeiro-ministro Mark Rutte, é que as novas restrições durem pelo menos três semanas.

Portugal estuda volta da máscara

11.set.2021 - Centro histórico da cidade de Porto, em Portugal, durante a pandemia do novo coronavírus. [covid-19, máscara, ruas, Europa, covid, turistas] - Yanosh_Nemesh/Getty Images - Yanosh_Nemesh/Getty Images
11.set.2021 - Centro histórico da cidade de Porto, em Portugal, durante a pandemia do novo coronavírus
Imagem: Yanosh_Nemesh/Getty Images

O país mais vacinado do mundo contra a covid-19 estuda novas restrições para fazer face a um recrudescimento da epidemia marcado pelo aumento das hospitalizações e do número de casos. A volta do uso da máscara obrigatória ao ar livre, introduzida em outubro de 2020, havia sido suspensa em 13 de setembro.

Atualmente, o número de novos casos diários em Portugal gira em torno de 1.600 enquanto "há um ano tínhamos de 5 a 6 mil", e o número de óbitos "é inferior a 20 contra cerca de 80", disse o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

O primeiro-ministro socialista de Portugal, Antônio Costa, também deu a entender que o país poderia reinstaurar algumas medidas, especialmente nas vésperas das festas de final de ano. Assim como o número de novas infecções diárias, que atingiu o pico de 1.816 no sábado (13), as hospitalizações também aumentaram em Portugal, que contabilizou 486 pessoas hospitalizadas na terça-feira, incluindo 80 em cuidados intensivos.

Novas restrições na Irlanda

A Irlanda restabelece as medidas de restrição a partir de hoje. As novas medidas afetam principalmente o setor de lazer. Bares, restaurantes e discotecas terão de encerrar suas atividades à meia-noite, menos de um mês após o último toque de recolher. O atestado sanitário, antes reservado à hotelaria e válido apenas para vacinados, agora está sendo estendido para teatros e cinemas.

Além disso, o governo irlandês recomenda fortemente que aqueles que podem fazê-lo comecem a trabalhar em home office.

Desde março de 2020, a Irlanda impôs no total 11 meses de confinamento à população. O apoio financeiro para a retomada depois da pandemia vai parar a partir desta semana, mas o primeiro-ministro irlandês não descarta novas medidas mais restritivas nas próximas semanas se a situação de saúde continuar a piorar.

Alemanha e França

Centro de vacinação contra a Covid-19 em Nuremberg, na Alemanha - Lukas Barth/Reuters - Lukas Barth/Reuters
Centro de vacinação contra a covid-19 em Nuremberg, na Alemanha
Imagem: Lukas Barth/Reuters

A situação do coronavírus na Alemanha, maior país do bloco europeu, é tão grave que um lockdown, inclusive para pessoas que foram vacinadas, não pode ser descartado, disse o ministro da Saúde do país hoje.

O país relatou 52.970 casos novos de coronavírus e 201 mortes hoje, o que eleva o total de fatalidades a 98.739.

Ontem, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que, em áreas onde hospitais estão ficando perigosamente cheios de pacientes de Covid-19, grande parte da vida pública será restringida àqueles que estão vacinados ou se recuperaram da doença.

Já na França, onde quase 20 mil novos casos estão sendo contabilizados diariamente, as autoridades alertam que a quinta onda da pandemia não apenas já chegou no país, como deve se acelerar nos próximos dias.

De acordo com o jornal Le Parisien, muitas pessoas preferem não se programar para as festas de Natal e Ano Novo, já que tudo ainda é incerto.

* Com AFP, Deutsche Welle, Reuters e RFI