Janssen pede que Anvisa libere sua vacina como reforço a quem tomou Pfizer
A farmacêutica Janssen pediu à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que sua vacina contra a covid-19, de dose única, também possa ser usada como reforço para quem já tomou as duas doses de um imunizante de RNA mensageiro (RNAm). A vacina da Pfizer é a única deste tipo que está sendo aplicada no Brasil.
O pedido acontece poucos dias depois de o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciar que o governo vai aplicar uma dose de reforço contra a covid-19 para toda a população acima de 18 anos. Ele não especificou, contudo, qual imunizante deveria ser usado para este reforço, mas disse que o ideal era que a dose adicional fosse diferente das duas anteriores.
A informação da Janssen já havia sido confirmada ontem pela própria Anvisa, que também recebeu um pedido da farmacêutica para avaliar a inclusão de uma segunda dose na bula de sua vacina contra a covid-19. Segundo a agência, esta segunda aplicação teria como objetivo manter ou aumentar a imunização obtida após a primeira.
"O pedido da farmacêutica prevê a indicação da Janssen em duas situações: como reforço homólogo e heterólogo", explicou a Anvisa, em comunicado. "O reforço homólogo (mesma vacina) seria destinado a pessoas que foram imunizadas com a dose única da Janssen. Já o reforço heterólogo (vacina diferente) proposto pela empresa seria destinado apenas para pessoas que concluíram a vacinação primária com uma vacina de tecnologia RNAm. Atualmente, a única vacina de RNAm aprovada no Brasil é a vacina da Pfizer."
Até o momento, a Anvisa havia recebido pedidos para mudança na bula apenas dos laboratórios responsáveis pelas vacinas da Pfizer e da AstraZeneca. Ambas as solicitações estão em processo de análise e contemplam a vacinação homóloga — ou seja, quando a injeção aplicada é do mesmo imunizante recebido nas duas primeiras doses.
No Brasil, ao todo, 4.552.560 pessoas foram vacinadas contra a covid-19 com a dose única da Janssen, segundo última atualização divulgada pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, baseada em dados das secretarias estaduais de Saúde.
O que é RNAm?
O RNA é um tipo de ácido nucleico capaz de expressar as informações presentes no nosso código genético. Na prática, ele ajuda no processo de transcrição e tradução das nossas características, que estão sempre contidas no DNA.
O RNA mensageiro — ou RNAm —, como o próprio nome sugere, é responsável por transmitir a mensagem genética para os ribossomos, indicando quais aminoácidos devem compor as proteínas. Mas na vacina contra a covid-19, especificamente, o RNAm é usado para "imitar" a proteína spike do coronavírus Sars-CoV-2, que auxilia o vírus a invadir as células humanas.
Essa "cópia", no entanto, não é nociva como o vírus, mas é suficiente para desencadear uma reação das células do sistema imunológico, criando uma defesa robusta no organismo. Em outras palavras: as vacinas de RNAm "imitam" parte do coronavírus para ensinar o corpo a combatê-lo, mas não são capazes de causar a covid-19.
Além da Pfizer, a vacina da Moderna contra a covid-19 também usa tecnologia de RNA mensageiro. Este imunizante é aplicado nos Estados Unidos e em países da Europa, mas não no Brasil.
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