Ômicron: Devemos exigir vacinação em vez de impedir voo, diz pneumologista
Na avaliação da pneumologista Margareth Dalcolmo, a exigência do chamado "passaporte vacinal" contra a covid-19 é mais eficiente do que impedir voos. "Não existe fronteira para vírus. Esse fechamento [de aeroportos] é tardio", disse, em entrevista ao UOL News hoje (30).
O Brasil fechou, desde ontem, as fronteiras aéreas para seis países da África por causa da variante do coronavírus "Ômicron", classificada como "preocupante" pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A restrição afeta os passageiros oriundos de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
A médica explica que a baixa cobertura vacinal, como acontece nos países africanos, incentiva o aparecimento de novas cepas. Ela classifica a desigualdade na distribuição de doses como um "apartheid". "É um 'apartheid vacinal' em relação aos países africanos. Existem países com 3, 4 doses por habitante, enquanto alguns tem menos de 5% de vacinação completa", avalia.
Cancelamento de festas
Durante a entrevista, Margareth Dalcolmo também disse ser contra a realização de grandes eventos, a exemplo das festas de réveillon e Carnaval. "Eu não sou favorável à realização de grandes eventos ainda. Aglomeração de milhares de pessoas é um perigo, não podemos calcular matematicamente o risco", afirmou.
Após a chegada da variante Ômicron, prefeituras brasileiras têm cancelado festas de réveillon. Salvador, Fortaleza, Florianópolis, João Pessoa e Belo Horizonte são exemplos de cidades que cancelaram eventos públicos de ano-novo.
Considerada a maior festa de rua do mundo, o Carnaval de Salvador ainda está em avaliação. O prefeito Bruno Reis (DEM-BA) afirmou que "ainda não dá para decidir" sobre a realização da festa na capital baiana em 2022. "Diante da complexidade desse evento, esse evento não é só organizado pela prefeitura, ele tem uma grande participação do governo do estado. Então o governador já disse que me procuraria e eu também já solicitei esse encontro. Nós estamos tentando levar ao máximo uma decisão dentro uma segurança. Neste momento ainda não dá para decidir", disse à CNN Brasil.
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