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África do Sul ainda não vê sinal de aumento da gravidade por ômicron

A África do Sul viu suas taxas de transmissão, casos e internação dispararem mas, até agora, as mortes por covid-19 não aumentaram na mesma proporção - iStock
A África do Sul viu suas taxas de transmissão, casos e internação dispararem mas, até agora, as mortes por covid-19 não aumentaram na mesma proporção Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

10/12/2021 14h02

Cientistas sul-africanos informaram hoje que, por ora, não há sinais de que a variante ômicron do coronavírus, identificada no país, esteja provocando casos mais graves da doença.

Os dados hospitalares mostram que as admissões por covid-19 estão aumentando, mas as mortes, não. Embora os cientistas digam que é necessário mais tempo para se chegar a uma conclusão definitiva, o ministro da Saúde sul-africano, Joe Phaahla, disse que os sinais são positivos.

"Os dados preliminares sugerem que, embora haja um aumento na taxa de hospitalização, parece que é puramente por causa dos números, e não como resultado de qualquer gravidade da própria variante", disse ele.

A África do Sul relatou mais de 22 mil novos casos de covid-19 ontem, um recorde durante a atual quarta onda de infecções impulsionada pela ômicron, mas ainda abaixo de um pico de mais de 26 mil casos diários durante a terceira onda, provocada pela variante delta.

Apenas 38% dos adultos no país estão totalmente vacinados — número muito superior em relação a outros países africanos, mas muito aquém da meta do governo.

Casos crescem 1.400%, mas mortes não disparam

A África do Sul viu suas taxas de transmissão, casos e internação dispararem em apenas algumas semanas, mas, até agora, as mortes por covid-19 não aumentaram na mesma proporção.

A informação é da Info Tracker, plataforma de dados das universidades estaduais paulistas USP e Unesp, que a pedido do UOL avaliou o avanço da covid-19 no país africano antes e depois da ômicron.

Antes do surgimento da nova cepa, na primeira quinzena de novembro, a Rt (taxa de transmissão) na África do Sul estava controlada, flutuando abaixo do limiar permitido (abaixo de 1.0), indicando que o país estava contendo as infecções.

Em meados de novembro, o cenário mudou radicalmente: a transmissão triplicou em menos de três semanas, saltando de 1.02, em 16 de novembro, para 3.14 em 6 de dezembro.

A média móvel — a média de mortes nos últimos sete dias — passou de 13 para 34 óbitos diários após o surgimento da variante, mas se estabilizou em 22 mortes.

Os dados podem significar que a nova cepa é menos letal que suas antecessoras. Não foram registrados óbitos pela ômicron a partir das amostras da variante sequenciadas até agora.

* Com Reuters e reportagem de Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, em São Paulo