Com dados afetados, Brasil chega a 7º dia de média abaixo de 200
O Brasil completou hoje uma semana com a média móvel de mortes abaixo de 200. Hoje, este dado ficou em 183. A informação é calculada a partir dos números obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de Saúde.
Porém, o ataque hacker aos sistemas do Ministério da Saúde, que aconteceu nesta madrugada, afetou a divulgação de casos e mortes. Quatro estados (Acre, Rondônia, Roraima e Tocantins) não informaram seus números hoje. Outros estados também podem ter sido afetados pelo problema, divulgando dados parciais.
A média móvel é o indicador que corrige as flutuações nos dados das secretarias de saúde que ocorrem aos fins de semana e feriados. Às segundas-feiras, por exemplo, os números de casos e mortes costumam ser mais baixos devido ao represamento de dados que acontece nos fins de semana.
A média dos últimos sete dias é comparada com o mesmo índice de 14 dias atrás. Se ficar abaixo de -15%, indica tendência de queda; acima de 15%, aceleração; entre esses dois valores, estabilidade.
Nas últimas 24 horas, foram registradas 229 mortes por covid-19 no Brasil. No total, o país já teve 616.733 óbitos pela doença.
O país apresenta tendência de queda na média móvel, com redução de 21%. Também estão em queda os dados de 15 estados e do Distrito Federal, enquanto seis estados tendem à estabilidade. Cinco unidades da federação seguem em aceleração.
As regiões Sul (-28%), Sudeste (-19%), Norte (-22%) e Centro-Oeste (-51%) apresentam tendência de queda. O Nordeste (-1%) está em estabilidade.
Desde as 20h de ontem, também foram registrados 7.293 novos casos de coronavírus no país — em média, foram 7.795 diagnósticos. O número total de testes positivos chegou a 22.182.820.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal
Região Sudeste
- Espírito Santo: queda (-43%)
- Minas Gerais: alta (18%)
- Rio de Janeiro: queda (-27%)
- São Paulo: queda (-23%)
Região Norte
- Acre: estável (0%)
- Amazonas: queda (-60%)
- Amapá: queda (-50%)
- Pará: estável (0%)
- Rondônia: estável (-28%)
- Roraima: queda (-13%)
- Tocantins: queda (-25%)
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-36%)
- Bahia: queda (-13%)
- Ceará: alta (39%)
- Maranhão: estável (0%)
- Paraíba: queda (-38%)
- Pernambuco: queda (-22%)
- Piauí: alta (27%)
- Rio Grande do Norte: queda (-25%)
- Sergipe: alta (33%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-53%)
- Goiás: queda (-71%)
- Mato Grosso: queda (-19%)
- Mato Grosso do Sul: alta (89%)
Região Sul
- Paraná: estável (4%)
- Rio Grande do Sul: queda (-33%)
- Santa Catarina: queda (-29%)
Apagão de dados
O ataque hacker fez com que os sistemas do Ministério da Saúde ficassem instáveis ou fora do ar por algum período de tempo e voltaram a funcionar. Mas os dados relacionados à vacinação contra a covid-19 seguem indisponíveis.
O secretário-executivo da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que ainda é cedo para saber se esses dados foram perdidos. A Polícia Federal e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) investigam o caso.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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