Topo

Esse conteúdo é antigo

Temos backup, mas é 'cedo' para saber se dados foram perdidos, diz Saúde

Anaís Motta

Do UOL, em São Paulo

10/12/2021 18h01Atualizada em 10/12/2021 20h19

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse hoje que ainda é "cedo" para saber se houve perda de dados após o ataque hacker aos sites da pasta e do ConecteSUS. Ele reforçou, porém, que "as expectativas são boas", uma vez que tanto o Ministério da Saúde quanto a empresa que hospeda essas informações têm política de backup.

O ataque aconteceu na madrugada de ontem para hoje e, segundo Cruz, a maioria dos sistemas ficou instável ou fora do ar por pouco tempo, tendo sido "prontamente restabelecida". A exceção são os dados de vacinação contra a covid-19, que ainda estão indisponíveis. O caso já está sendo apurado pela Polícia Federal e pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

"A gente está finalizando as investigações. Tanto o Ministério quanto a empresa que hospeda esses dados tem uma política de backup. Ao importar esse backup, eventualmente algum dado pode se corromper nesse processo, mas é muito cedo para a gente afirmar categoricamente [que houve perda de dados]", explicou o secretário em entrevista coletiva.

"Não podemos dar muitos detalhes sobre o ataque para não atrapalhar a investigação", acrescentou.

A gente tem, sim, uma política de backup. Não só o Ministério, mas também a empresa. Assim que a gente tiver uma confirmação, a gente informa prontamente. Tudo isso está em investigação. É uma base [de dados] muito extensa, complexa. A gente tem boas expectativas, mas a gente aguarda a equipe técnica finalizar toda a análise, todo o trabalho.
Rodrigo Cruz, sobre ataque hacker

Cruz também foi questionado por que o governo decidiu adiar por sete dias a exigência de vacinação (ou, em caso negativo, de quarentena) de viajantes que queiram entrar no Brasil, uma vez que é possível comprovar a imunização de outras formas — como os sistemas estaduais e municipais, que não foram afetados pelo ataque. De acordo com o secretário, foi uma decisão tomada por "segurança" e "prudência".

"A gente não sabe quanto tempo levará para que as bases fiquem disponíveis para consulta, com todos os sistemas restabelecidos. Um brasileiro que eventualmente está no exterior não teria como emitir esse certificado e, por prudência, entendeu-se interessante postergar por sete dias", argumentou.

Alternativas

Os comprovantes de vacinação baixados do ConecteSUS anteriormente seguem valendo e sendo aceitos no Brasil e no mundo, reforçou Rodrigo Cruz. Para quem ainda não havia salvado o seu, porém, há algumas alternativas:

  • Cartão físico, entregue nas unidades de saúde após a vacinação;
  • Segunda via do cartão, que pode ser solicitada a qualquer momento no local em que a pessoa tomou a vacina;
  • Sistemas próprios de estados e municípios, que não foram afetados pelo ataque hacker. Em São Paulo, por exemplo, há os aplicativos e-Saúde SP (capital) e do Poupatempo (todo o estado).

Além disso, de acordo com o secretário, o Ministério das Relações Exteriores já está trabalhando para informar o problema aos países que exigem passaporte de vacina de brasileiros, a fim de permitir que viajantes possam apresentar qualquer um desses comprovantes ao entrar nesses lugares — e não só aquele fornecido pelo ConecteSUS, que não está disponível.

Para mais informações sobre a emissão temporária do comprovante de vacinação contra a covid-19, basta acessar gov.br/saude.