Sites da Saúde e ConecteSUS saem do ar após ataque hacker; PF é acionada
Os sites do Ministério da Saúde e do ConecteSUS estão fora do ar após um ataque hacker ocorrido nesta madrugada. A pasta do governo federal informou que alguns sistemas foram comprometidos e que acionou a PF (Polícia Federal) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República para investigar o caso.
Em nota oficial, a Saúde usou o termo "incidente", mas o ministro Marcelo Queiroga confirmou que foi um ataque cibernético. Ele afirmou que "os dados não serão perdidos", em entrevista exibida pela GloboNews nesta manhã. Em Belo Horizonte, ao ser indagado se há backup dos dados, respondeu: "Claro que existe".
"Uma atitude criminosa, né, de um hacker. Está sendo investigada pela Polícia Federal e pelo Gabinete de Segurança Institucional. Hoje, o empenho total é para esses dados estarem disponíveis no mais curto prazo possível. Está sendo investigado e, assim que tiver alguém culpado, será exemplarmente punido", declarou o ministro Marcelo Queiroga, à GloboNews, em Belo Horizonte.
Na madrugada de hoje, o grupo Lapsus$ Group assumiu a autoria da ação criminosa. Segundo mensagem exibida nos portais, o Ministério sofreu um ataque de ransomware e "50 TB de dados foram copiados e excluídos".
O ransomware é um tipo de vírus que sequestra o acesso aos dados do sistema criptografando-os. Geralmente o hacker promete liberar o acesso após pagamento de um resgate.
Até a última atualização desta matéria, os sites do Ministério da Saúde e ConecteSUS permanecem fora do ar. Segundo a pasta, "o Departamento de Informática do SUS (Datasus) está atuando com a máxima agilidade para o reestabelecimento das plataformas". O UOL procurou a PF, mas o órgão ainda não se manifestou sobre a investigação.
Certificado de Vacinação indisponível
Usuários comentaram nas redes sociais que os seus dados de vacinação também sumiram do aplicativo ConecteSUS.
O aplicativo ainda está disponível, mas não é possível acessar o Certificado Nacional de Vacinação Covid-19. Uma mensagem no app informa: "Aguarde até 10 dias úteis para que seu registro de vacina apareça no ConecteSUS".
Leia a nota do Ministério da Saúde na íntegra:
O Ministério da Saúde informa que na madrugada desta sexta-feira (10) sofreu um incidente que comprometeu temporariamente alguns sistemas da pasta, como o e-SUS Notifica, Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), ConecteSUS e funcionalidades como a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 e da Carteira Nacional de Vacinação Digital, que estão indisponíveis no momento.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Polícia Federal já foram acionados pela pasta para apoiarem nas investigações. O Departamento de Informática do SUS (Datasus) está atuando com a máxima agilidade para o reestabelecimento das plataformas.
Entrada de viajantes no Brasil
O ataque hacker acontece um dia após o governo federal publicar portaria sobre a entrada de viajantes no Brasil. Segundo o texto, será necessário comprovar a vacinação ou fazer uma quarentena de cinco dias, que pode se estender para 14 dias.
As novas regras seguem recomendações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), apesar do posicionamento contrário do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ontem, o chefe do Executivo atacou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), após o estado decidir pela exigência do passaporte vacinal para viajantes, caso o governo federal não torne o documento obrigatório.
Outro governador, aqui da região Sudeste, quer fazer o contrário. E ameaça: 'Ninguém vai entrar no meu estado'. Teu estado, o cacete, porra. E se não tiver vacinado? E nós todos temos que reagir. E reagir como? Protestando contra isso.
Presidente Jair Bolsonaro critica decisão do governo de São Paulo sobre o passaporte vacinal
Internautas repercutem
Internautas, cientistas e políticos estão repercutindo o ataque hacker aos sites do Ministério da Saúde e do ConecteSUS. O biólogo e divulgador científico Atila Iamarino destacou que os sites saíram do ar justamente em meio ao impasse entre a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o governo federal para a cobrança de passaporte vacinal para a entrada no país.
Outros ataques
Em novembro do ano passado, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) confirmou ter sido alvo de um ataque hacker que criptografou dados e forçou o tribunal a suspender sessões e tirar seu site do ar. O ataque não atingiu a cópia de segurança (backup) dos arquivos, preservando os processos bloqueados.
Horas depois, ataques hackers atingiram os sistemas do Ministério da Saúde e da Secretaria de Economia do Governo do Distrito Federal.
Mais recentemente, em setembro deste ano, o site da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também foi alvo de hackers. A agência informou que o ataque foi do tipo defacement (modificação de estética da página web), sem alteração de dados ou impacto nos demais sistemas da Anvisa.
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