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Cientista da Sinovac: Máscara deverá ser usada por mais dois ou três anos

Cientista disse que a variante ômicron impõe desafios e ressaltou a importância da dose de reforço - undefined undefined/Getty Images/iStockphoto
Cientista disse que a variante ômicron impõe desafios e ressaltou a importância da dose de reforço Imagem: undefined undefined/Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

13/12/2021 11h07

O diretor médico da farmacêutica chinesa Sinovac, Zijie Zhang, disse, em entrevista ao jornal Valor Econômico, acreditar que a população terá que usar máscaras de proteção contra covid-19 "no mínimo, por pelo menos mais dois anos, talvez três".

Zhang está há três meses trabalhando dentro do Instituto Butantan, em São Paulo, por causa da parceria do laboratório com o governo paulista — juntos, eles desenvolveram a CoronaVac.

Ele disse que a recém-descoberta variante ômicron impõe desafios e ressaltou a importância da dose de reforço. Dados preliminares revelados na última sexta-feira apontaram que a eficácia da vacina contra infecções sintomáticas é significativamente menor contra a ômicron para quem recebeu duas doses, mas que uma terceira dose (Pfizer e Moderna) pode aumentar a proteção para mais de 70%.

Precisamos que a população tome os reforços. Veja, no continente africano somente 10% das pessoas tomaram a vacina. E mesmo nos EUA menos de 40% tomaram as doses de reforço. A melhor maneira de reduzir a transmissão é tomando o reforço Zijie Zhang, diretor médico da Sinovac

"Se duas doses protegem por seis meses, talvez o reforço possa proteger por um ano. É o que estamos estudando", acrescentou ele.

Segundo o cientista, as primeiras doses das vacinas, incluindo a CoronaVac, possivelmente são menos eficazes contra a variante em relação às demais cepas, mas isso não reduz a necessidade de que as pessoas tomem as doses de reforço, já que os laboratórios têm trabalhado para atualizar os imunizantes.

A Sinovac anunciou na semana passada que trabalha na adaptação da CoronaVac para combater a nova variante. A previsão é que a pesquisa seja concluída em três meses.

A Moderna e outras empresas farmacêuticas, como a Pfizer, já começaram a trabalhar para adaptar suas vacinas à nova variante, se necessário.

Zhang lembrou que as farmacêuticas também desenvolveram vacinas para a variante delta, mas viram que os imunizantes ainda desempenham um bom papel contra ela. "A taxa de proteção era muito similar entre a vacina desenvolvida para a delta e as outras. Em termos de proteção vacinal, a delta não era tão perigosa", explicou.

"Já a ômicron possui mais mutações e pode reduzir rapidamente os anticorpos das vacinas. É por isso que essa variante pode ser mais problemática que as anteriores."

Variante ômicron

A ômicron, nova variante do coronavírus que teve o primeiro caso registrado na África do Sul, já foi detectada em mais de 40 países até o momento, o que fez com algumas nações adotassem restrições.

O Brasil entrou na lista em 30 de novembro. O total de infecções pela nova cepa no país chegou a 11 ontem.

A nova variante foi classificada como "preocupante" pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Ela tem uma proteína de espigão diferente daquela do coronavírus original, na qual se baseiam as vacinas contra covid-19.

Além de vacinação completa e de reforço quando oferecido, a orientação para evitar infecções continua a mesma para todas as variantes: manter distanciamento, lavar as mãos, usar máscara de forma adequada (cobrindo nariz e boca), lavar as mãos e evitar lugares fechados ou com aglomeração.

* Com informações da Reuters