Queiroga diz que vacinação de crianças precisará de prescrição médica
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na noite de hoje que o governo federal recomendará a autorização da vacinação contra a covid-19 de crianças de cinco a 11 anos de idade com a vacina da Pfizer, desde que haja prescrição médica para tomar o imunizante.
Em entrevista coletiva concedida no Ministério da Saúde, Queiroga disse que o governo colocará um documento à disposição para consulta pública. Afirmou ainda esperar que a vacinação para as crianças ocorra em breve.
A autorização deve sair a partir de 5 de janeiro, após o final da consulta pública cujo início estava previsto para hoje — mas não chegou a ser colocada no ar.
O documento que vai ao ar é um documento que recomenda o uso das vacinas da Pfizer nessa versão aprovada pela Anvisa. A recomendação nossa é que essa vacina não seja aplicada de forma compulsória, ou seja, depende da vontade dos pais. Os pais são livres para levar seus filhos para receber essa vacina. Essa vacina estará vinculada à prescrição médica, e a recomendação obedece todas as orientações da Anvisa.
Marcelo Queiroga, em entrevista a jornalistas, em Brasília
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou na última quinta-feira (16) o início da imunização no público dessa faixa etária, mas o governo de Jair Bolsonaro (PL) já declarou ser contrário.
"A Anvisa fez uma série de orientações no que tange à aplicação da vacina, à observação das crianças na sala de imunização, e elas têm que ser cumpridas fielmente. Esperamos as contribuições da sociedade, mas, de antemão, [quero] deixar todos tranquilos porque, uma vez decidida pela aprovação, nós já temos condições de começar essa vacinação dentro de um prazo bastante curto", acrescenta, em seguida.
Segundo o ministro, será necessário documento indicando presença de comorbidade ou recomendação da aplicação.
Mais cedo, ao ser questionado sobre a realização de consulta e audiência públicas para definir se crianças deveriam ser incluídas no PNI (Plano Nacional de Imunização), Queiroga afirmou que "óbitos de crianças estão dentro de patamar que não implica em decisões emergenciais". A fala do ministro gerou reação e críticas nas redes sociais. (Assista ao vídeo abaixo)
Ontem, o Ministério da Saúde editou o ato de ofício em que divulga a abertura de consulta pública sobre a aplicação ou não de vacinas contra o coronavírus na população de cinco a 11 anos de idade.
A comunicação, assinada pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, foi publicada no Diário Oficial da União e estabelece o período de 23 de dezembro a 2 de janeiro de 2022 para que os brasileiros possam opinar a respeito do tema.
De acordo com o ministério, a consulta pública referente ao tema — que tem gerado resistência por parte de pessoas contrárias à vacinação e/ou apoiadores do presidente Jair Bolsonaro — servirá para "manifestação da sociedade civil a respeito da vacinação contra a covid-19 em crianças de cinco a 11 anos de idade". Além disso, funcionará "para que sejam apresentadas contribuições, devidamente fundamentadas".
Vacinação de crianças vira caso de polícia
A discussão sobre o tema virou caso de polícia depois que pessoas de opinião contrária à vacinação em crianças enviaram emails a diretores e servidores da Anvisa com mensagens de intimidação e até mesmo ameaças de morte.
A agência comunicou tais fatos à Polícia Federal, que abriu uma investigação. Um homem foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Agora, cabe à Justiça avaliar se ele se tornará réu e responderá a uma ação penal.
*Com colaboração de Anaís Motta, do UOL em São Paulo
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.