Doria rebate Queiroga: "Não há patamar aceitável para mortes de crianças"
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu declaração polêmica feita pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e aproveitou a ocasião para alfinetar aquilo que classifica como "loucos negacionistas".
Mais cedo, ao ser questionado sobre a realização de consulta e audiência públicas para definir se crianças com idades de 5 a 11 anos devem ser incluídas no PNI (Plano Nacional de Imunização), Queiroga afirmou que "óbitos de crianças estão dentro de patamar que não implica em decisões emergenciais".
Em seu perfil, no Twitter, Doria escreveu.
Não há patamar aceitável de óbitos para crianças, Marcelo Queiroga! Isso é crime. Vacinas salvam crianças e adultos. Salvam até os loucos negacionistas. João Doria, em seu perfil no Twitter
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou na última quinta-feira (16) o início da imunização no público dessa faixa etária, mas o governo de Jair Bolsonaro (PL) já declarou ser contrário.
Ontem, o Ministério da Saúde editou ato de ofício em que divulga a abertura de consulta pública sobre a aplicação ou não de vacinas contra o coronavírus na população de 5 a 11 anos de idade.
A comunicação, assinada pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, foi publicada no Diário Oficial da União e estabelece o período de 23 de dezembro a 2 de janeiro de 2022 para que os brasileiros possam opinar a respeito do tema.
Segundo o Ministério da Saúde, a consulta pública referente ao tema —que tem gerado resistência por parte de pessoas contrárias à vacinação e/ou apoiadores do presidente Jair Bolsonaro— servirá para "manifestação da sociedade civil a respeito da vacinação contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade". Além disso, funcionará "para que sejam apresentadas contribuições, devidamente fundamentadas".
A discussão sobre o tema virou caso de polícia depois que pessoas de opinião contrária à vacinação em crianças enviaram emails a diretores e servidores da Anvisa com mensagens de intimidação e até mesmo ameaças de morte.
A agência comunicou tais fatos à Polícia Federal, que abriu uma investigação. Um homem foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Agora, cabe à Justiça avaliar se ele se tornará réu e responderá a uma ação penal.
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