Queiroga diz que Bolsonaro perguntou se somente covid mata no Brasil
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga assinou hoje (23) a portaria para o repasse de recursos no valor de R$ 20 milhões ao (ICTDF) Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal. Em seu discurso lembrou que completou nove meses a frente da pasta e que logo no início, o presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe perguntou sobre o número de mortes por covid em relação a outras doenças.
"[Ele perguntou], com aquele jeito dele muito direto, as pessoas só morrem de covid no Brasil?", disse o ministro depois de assinar a portaria. Ontem, o país chegou ao número de 618.128 mortes provocadas pela covid-19.
E continuou: "Não, presidente, as pessoas no Brasil morrem de doenças cardiovasculares. Cerca de 400 mil óbitos provocados por doenças cardiovasculares por ano no Brasil". E acrescentou para Bolsonaro que cerca de 200 mil brasileiros morrem todos os anos vítimas de câncer.
Na cerimônia, o ministro iniciou a sua fala dizendo que hoje completava nove meses como titular da pasta — ele é o quarto ministro da Saúde desde o início da pandemia —, e afirmou que seu o maior legado nesse período foi a redução do número de mortes provocadas pelo coronavírus. "Eu diria que uma marca muito expressiva é que nesses nove meses nós diminuímos em 90% o número de óbitos pela covid-19 no Brasil", disse Queiroga.
Doenças cardiovasculares
Com o avanço da vacinação contra covid-19 no Brasil —iniciada no país pouco antes de Queiroga assumir a pasta —, a doença causada pelo coronavírus deixou de ser a principal causa de morte no país desde a segunda quinzena de outubro, segundo dados dos cartórios de registro civil obtidos pelo portal da transparência da Arpen Brasil (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais).
Como ocorria antes da pandemia de covid-19, as doenças cardiovasculares voltaram a ocupar o topo na lista das causas de morte dos brasileiros —a principal delas é o AVC (acidente vascular cerebral. Isso não ocorria desde o fim de abril de 2020.
O boletim da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado no mês passado, aponta que o país enfrenta um período de estabilidade da covid-19 em um patamar bem mais baixo.
"[Os números] mostram a estabilidade dos indicadores usados pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz nas últimas cinco semanas, isto é, desde 10 de outubro", diz o documento.
Ataque kacker ao SUS
Depois de 12 dias do ataque hacker a sites e sistemas do Ministério da Saúde, alguns estados continuam sem informar números atualizados de casos e mortes por covid-19. Ontem, sem novos dados de seis estados, o Brasil registrou uma média de 111 novas mortes pelo coronavírus — segundo o consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.
Na terça-feira (21), o Ministério da Saúde informou que restabeleceu o e-SUS Notifica, plataforma que reúne informações sobre casos e mortes em decorrência da covid-19. O sistema ficou fora do ar por 11 dias, depois de ataques hacker a sites e plataformas do Ministério da Saúde ocorridos na madrugada de 10 de dezembro.
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