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Covid: Com dados incompletos, média de mortes fica abaixo de 100 no Brasil

Ellan Lustosa/Código19/Estadão Conteúdo
Imagem: Ellan Lustosa/Código19/Estadão Conteúdo

Lucas Borges Teixeira e Ricardo Espina

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

25/12/2021 20h32Atualizada em 25/12/2021 20h32

O Brasil registrou apenas 96 mortes por covid-19, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, a menor marca desde abril de 2020. Os dados não estão completos, porque alguns estados ainda dizem ter dificuldades de acessar os sistemas do Ministério da Saúde, alvo de ataque hacker há duas semanas.

A última vez que o Brasil registrou média inferior a 100 mortos foi 11 de abril de 2020, o início da pandemia no país. Os dados, no entanto, estão incompletos. Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Roraima e Tocantins não atualizaram os dados neste sábado.

O apagão nos dados, que já dura 15 dias, dificulta a análise do cenário atual da pandemia no país. Os dados disponíveis apontam para a queda do número de mortes por covid-19, mas não é possível calcular o tamanho desta redução, devido à ausência das informações de alguns estados.

A média de mortes por dia é calculada levando em conta os dados dos últimos sete dias. É considerada a melhor forma de analisar a evolução da pandemia, já que os registros de mortes costumam apresentar quedas artificiais em fins de semana e períodos de feriado, devido ao menor número de profissionais de saúde. A média corrige essas distorções.

De acordo com os dados disponíveis, o número de mortes pela covid-19 no Brasil, até agora, é de 618.457. O total de pessoas que tiveram diagnóstico positivo para a doença no país é de 22,2 milhões.

Entre os 24 estados que divulgaram dados hoje, 16 apresentam cenário de queda no número de mortes por covid-19. Outros seis registram uma situação estável, e quatro estão em alta. Estes números consideram os estados que não tiveram atualização.

A comparação é feita em relação à situação de duas semanas antes. Considera-se queda quando a redução é igual ou maior a 15%; alta quando o aumento é igual ou maior que 15%.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estabilidade (6%)
  • Minas Gerais: não atualizou dados
  • Rio de Janeiro: queda (-56%)
  • São Paulo: queda (-76%)

Região Norte

  • Acre: estabilidade (sem morte por covid desde 16 de dezembro)
  • Amazonas: alta (300%)
  • Amapá: alta (133%)
  • Pará: queda (-34%)
  • Rondônia: estabilidade (-11%)
  • Roraima: não atualizou dados
  • Tocantins: não atualizou dados

Região Nordeste

  • Alagoas: queda (-55%)
  • Bahia: queda (-23%)
  • Ceará: queda (-66%)
  • Maranhão: não atualizou dados
  • Paraíba: estabilidade (0%)
  • Pernambuco: queda (-22%)
  • Piauí: queda (-22%)
  • Rio Grande do Norte: estabilidade (10%)
  • Sergipe: queda (-50%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: não atualizou dados
  • Goiás: alta (123%)
  • Mato Grosso: estável (0%)
  • Mato Grosso do Sul: estabilidade (-13%)

Região Sul

  • Paraná: estabilidade (0%)
  • Rio Grande do Sul: não atualizou dados
  • Santa Catarina: queda (-61%)

Bolsonaro tem 48h para se explicar sobre intimidação à Anvisa

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes deu o prazo de 48 horas para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifeste sobre a suposta intimidação de servidores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Moraes determinou ainda que o presidente da Anvisa, Antônio Barras Torres, também preste esclarecimentos no mesmo prazo.

Moraes analisa o requerimento feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede -AP), que acionou a Suprema Corte depois que o presidente defendeu a divulgação dos nomes servidores que aprovaram a utilização da vacina da Pfizer contra a covid-19 para crianças de cinco a 11 anos. Na petição, o senador argumenta que o presidente tentou "intimidar, expor ou divulgar o nome de técnicos e servidores" do órgão e pede a aplicação de uma multa de R$ 500 mil por cada descumprimento.

No último dia 16 de dezembro, durante a sua tradicional live nas rede sociais, o chefe do Executivo voltou a criticar a autorização de vacinação infantil e disse que avaliaria com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vai ou não imunizar a filha Laura, de 11 anos.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.