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Brasil volta a ter média de mortes por covid-19 acima de 100

 Atendimento de pacientes na UTI Covid em Heliópolis, na zona sul de São Paulo - Mister Shadow/Estadão Conteúdo
Atendimento de pacientes na UTI Covid em Heliópolis, na zona sul de São Paulo Imagem: Mister Shadow/Estadão Conteúdo

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

28/12/2021 20h11

O Brasil registrou hoje uma média de 109 mortes por covid-19, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte. Nenhum estado deixou de atualizar os dados hoje, o que representa uma melhora em relação a dias anteriores. Em 26 de dezembro, por exemplo, seis estados não divulgaram novos números.

O país vivencia falhas na divulgação dos dados de covid-19 desde 10 de dezembro, quando sites e plataformas do Ministério da Saúde sofreram ataques hacker. Segundo o Ministério da Saúde, o e-SUS Notifica, plataforma que reúne informações sobre casos e mortes em decorrência da covid-19, foi restabelecido na terça-feira (21), mas ainda assim alguns estados diziam estar enfrentando problemas.

O apagão dificulta a análise dos cenário da covid-19 no país e nas unidades da federação. Devido ao comprometimento dos dados nos últimos 18 dias, não é possível saber, por exemplo, o tamanho da queda que a média de 105 mortes, registrada hoje, representa. Sabe-se, no entanto, que o país vive uma tendência de redução no número de mortes pela covid-19.

A média de mortes por dia é calculada a partir dos últimos sete dias. Essa é a melhor forma de analisar a evolução da pandemia, já que os registros de mortes costumam apresentar quedas artificiais em fins de semana e períodos de feriado. Já nos primeiros dias úteis da semana, costuma haver uma alta também artificial, decorrente da introdução de dados represados no fim de semana. Ao calcular a média, essas distorções são corrigidas, obtendo-se um cenário mais realista da pandemia.

Até agora, o número total de mortes pela covid no Brasil é de 618.753. Já o número de pessoas que tiveram o diagnóstico positivo para covid passa de 22,2 milhões.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal

A comparação é feita em relação à situação de duas semanas antes. Considera-se queda quando a redução é igual ou maior a 15%; alta quando o aumento é igual ou maior que 15%.

No entanto, devido ao apagão de dados de covid, a variação não necessariamente espelha o que vem ocorrendo em cada estado.

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estabilidade (11%)
  • Minas Gerais: queda (-55%)
  • Rio de Janeiro: estabilidade (-14,6%)
  • São Paulo: queda (-57%)

Região Norte

  • Acre: queda (-100%)
  • Amazonas: alta (100%)
  • Amapá: alta (200%)
  • Pará: queda (-41%)
  • Rondônia: estabilidade (0%)
  • Roraima: queda (-43%)
  • Tocantins: alta (500% - o estado atualizou os dados hoje pela primeira vez desde 10 de dezembro, o que ajuda a explicar a alta acentuada de uma só vez)

Região Nordeste

  • Alagoas: queda (-78%)
  • Bahia: queda (-33%)
  • Ceará: queda (-49%)
  • Maranhão: estabilidade (13%)
  • Paraíba: alta (15,4%)
  • Pernambuco: queda (-42%)
  • Piauí: estabilidade (12%)
  • Rio Grande do Norte: queda (-24%)
  • Sergipe: queda (-100%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: queda (-44%)
  • Goiás: alta (1450% - o estado também ficou muitos dias sem atualizar os registros)
  • Mato Grosso: estabilidade (7%)
  • Mato Grosso do Sul: alta (320%)

Região Sul

  • Paraná: queda (-29%)
  • Rio Grande do Sul: queda (-35%)
  • Santa Catarina: estabilidade (14%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.