Brasil volta a ter média de mortes por covid-19 acima de 100
O Brasil registrou hoje uma média de 109 mortes por covid-19, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte. Nenhum estado deixou de atualizar os dados hoje, o que representa uma melhora em relação a dias anteriores. Em 26 de dezembro, por exemplo, seis estados não divulgaram novos números.
O país vivencia falhas na divulgação dos dados de covid-19 desde 10 de dezembro, quando sites e plataformas do Ministério da Saúde sofreram ataques hacker. Segundo o Ministério da Saúde, o e-SUS Notifica, plataforma que reúne informações sobre casos e mortes em decorrência da covid-19, foi restabelecido na terça-feira (21), mas ainda assim alguns estados diziam estar enfrentando problemas.
O apagão dificulta a análise dos cenário da covid-19 no país e nas unidades da federação. Devido ao comprometimento dos dados nos últimos 18 dias, não é possível saber, por exemplo, o tamanho da queda que a média de 105 mortes, registrada hoje, representa. Sabe-se, no entanto, que o país vive uma tendência de redução no número de mortes pela covid-19.
A média de mortes por dia é calculada a partir dos últimos sete dias. Essa é a melhor forma de analisar a evolução da pandemia, já que os registros de mortes costumam apresentar quedas artificiais em fins de semana e períodos de feriado. Já nos primeiros dias úteis da semana, costuma haver uma alta também artificial, decorrente da introdução de dados represados no fim de semana. Ao calcular a média, essas distorções são corrigidas, obtendo-se um cenário mais realista da pandemia.
Até agora, o número total de mortes pela covid no Brasil é de 618.753. Já o número de pessoas que tiveram o diagnóstico positivo para covid passa de 22,2 milhões.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal
A comparação é feita em relação à situação de duas semanas antes. Considera-se queda quando a redução é igual ou maior a 15%; alta quando o aumento é igual ou maior que 15%.
No entanto, devido ao apagão de dados de covid, a variação não necessariamente espelha o que vem ocorrendo em cada estado.
Região Sudeste
- Espírito Santo: estabilidade (11%)
- Minas Gerais: queda (-55%)
- Rio de Janeiro: estabilidade (-14,6%)
- São Paulo: queda (-57%)
Região Norte
- Acre: queda (-100%)
- Amazonas: alta (100%)
- Amapá: alta (200%)
- Pará: queda (-41%)
- Rondônia: estabilidade (0%)
- Roraima: queda (-43%)
- Tocantins: alta (500% - o estado atualizou os dados hoje pela primeira vez desde 10 de dezembro, o que ajuda a explicar a alta acentuada de uma só vez)
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-78%)
- Bahia: queda (-33%)
- Ceará: queda (-49%)
- Maranhão: estabilidade (13%)
- Paraíba: alta (15,4%)
- Pernambuco: queda (-42%)
- Piauí: estabilidade (12%)
- Rio Grande do Norte: queda (-24%)
- Sergipe: queda (-100%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-44%)
- Goiás: alta (1450% - o estado também ficou muitos dias sem atualizar os registros)
- Mato Grosso: estabilidade (7%)
- Mato Grosso do Sul: alta (320%)
Região Sul
- Paraná: queda (-29%)
- Rio Grande do Sul: queda (-35%)
- Santa Catarina: estabilidade (14%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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