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'Funcionou superbem', diz brasileiro medicado com pílula contra covid-19

Do UOL, em São Paulo

05/01/2022 09h46Atualizada em 05/01/2022 19h09

O economista brasileiro Simcha Neumark, 33, foi o primeiro infectado com covid-19 a receber as pílulas da Pfizer contra o vírus em Israel. Em entrevista à GloboNews, Simcha disse que deixou de ter diversos sintomas após as primeiras 15 horas de uso do medicamento e afirmou que "funcionou superbem" para ele.

"Me cuidei muito durante a pandemia, mas na sexta-feira [31] eu fiquei com sintomas muito fortes. No sábado [1º], fiquei com uma febre muito alta, dor de garganta, enxaqueca muito forte", explicou o economista.

Segundo Simcha, após o teste positivo para a doença, as autoridades de saúde de Israel lhe ofereceram a pílula da Pfizer, e ele decidiu aceitar visto os fortes sintomas que sentia.

O economista disse ter a doença autoimune de Crohn e explicou que tomou quatro doses da vacina contra a covid-19 — sendo duas em Israel e outras duas no Brasil —, mas não conseguiu criar anticorpos suficientes contra o coronavírus, mesmo com as imunizações, em razão do seu diagnóstico de Crohn.

"Eles falaram 'você vai ser o primeiro, a gente não tem muito teste, a gente está usando isso, o que eles chamam de 'emergency authorization' [autorização emergencial, em tradução livre] também do FDA [agência reguladora de saúde norte-americana] e eu falei que para mim compensava dado que o que eu estava sentindo era febre muito alta, uma dor de garganta muito forte e eu tinha medo de ter que acabar no hospital", comentou.

O economista explicou que o tratamento consiste no uso de seis pílulas diárias, sendo a ingestão de três pela manhã e três à noite durante cinco dias seguidos. Desde o início do uso dos medicamentos as autoridades israelenses fazem teleconsultas duas vezes por dia com Simcha para analisar se surgiram novos sintomas em razão do uso das pílulas ou mesmo pela covid-19.

"Olha, eu acho que depois de 15 horas todos os meus sintomas de covid-19 acabaram e eu vi uma melhora muito grande no quadro clínico. O remédio dá uma sensação muito forte de cansaço, então, parece que você sai de uma covid para uma mononucleose, mas, certeza, é uma sensação muito melhor que o começo da doença."

E completou: "Eu estava com febre de mais ou menos 39,5°. Essa febre parou, senti uma dor de garganta muito forte, essa dor parou e as enxaquecas pararam. [Após usar as pílulas] senti só um cansaço como se fosse pós-gripe que te abala um pouco, mas você está quase 'zero bala', vamos assim dizer".

Contaminação e ômicron

O brasileiro disse acreditar que contraiu a doença em Jerusalém, onde mora, mas comentou não saber como contraiu o vírus. Ele explicou que apenas uma das suas filhas foi contaminada pela doença e testou positivo logo após o seu diagnóstico.

Simcha esclareceu ainda que trabalhou em home office durante toda a pandemia e sempre usava máscara de proteção, porém, contaminou quatro colegas após uma reunião presencial de trabalho na quinta-feira (30).

"De volta ao escritório na quinta-feira, eu contaminei quatro pessoas na reunião que eu estava, mesmo sentando à distância. A gente está vendo um contágio absurdo aqui. O que me surpreende é que a ômicron é muito contagiosa, mesmo eu tendo me cuidado bastante."

Próximos passos

Simcha esclareceu que os cidadãos precisam fazer dez dias de quarentena em Israel após o diagnóstico positivo para a covid-19, mas pessoas com doenças autoimunes, como é o seu caso, precisam ficar 20 dias em isolamento.

"Em geral, uma pessoa normal ficaria em quarentena por dez dias, lembrando que quem fura a quarentena é uma multa de R$ 5 mil, fora que isso é questão criminal, pois a polícia checa se você saiu de casa. No meu caso, se você tem uma doença autoimune, deve cumprir uma quarentena de 20 dias em casa, sem sair", explicou.

Após o tratamento de cinco dias com as pílulas, o economista disse que espera ter "uma carga viral muito baixa" e deve fazer dois testes de PCR no final dos 20 dias de quarentena para voltar com as suas atividades normais.