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Médicos solicitam ao CFM abertura de processo ético contra Queiroga

Colaboração para o UOL

06/01/2022 12h31Atualizada em 06/01/2022 18h22

Médicos ex-presidentes do Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo) solicitaram ao CFM (Conselho Federal de Medicina) abertura de processo ético-profissional contra o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

No documento, assinado pelos membros do Conselho Honorário da entidade em 30 de dezembro, os médicos argumentam que Queiroga praticou infrações que acometem toda a população brasileira, principalmente as crianças entre 5 a 11 anos, alvo de discussão pública por causa da vacinação infantil contra covid-19.

Ontem (5), após resistência do governo federal, o ministro anunciou a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, sem a exigência de prescrição médica.

Os ex-presidentes do Cosems-SP ressaltam que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já havia aprovado a vacinação para esse público, portanto, a postura do ministro e do governo não fariam sentido.

"A alegação inicial para não implantar a vacinação foi relativa à segurança da vacina, inverdade que contraria absolutamente ao que se observou em milhões de doses desta vacina já aplicadas nessa faixa etária em outros países", destacam os médicos.

Os signatários da solicitação de abertura do processo ainda citam a audiência pública promovida pelo governo com médicos conhecidos por compartilharem fake news e a insistência em exigir prescrição médica, depois descartada.

"Não resta outra alternativa senão a constatação de que ele atende, acima de tudo, aos interesses políticos e ideológicos do governo, e mais especialmente, do Presidente da República."

Início da vacinação infantil

O Ministério da Saúde diz ter encomendado todas as doses necessárias para atender o público-alvo de 20 milhões de crianças, e prevê que todas serão entregues no primeiro trimestre deste ano. A campanha será realizada por faixa etária decrescente — isto é, das mais velhas para as mais novas —, com prioridade para aquelas que tenham comorbidades ou deficiências permanentes.

Mesmo sem a necessidade de receita, o Ministério da Saúde orienta que pais e responsáveis procurem a orientação de um médico antes da vacinação, que não será obrigatória. "É imprescindível que pais, mães e responsáveis consultem um médico antes de imunizar seus filhos", disse a secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite de Melo, durante coletiva ontem.

O intervalo entre a primeira e a segunda dose será de oito semanas, maior que o período de três semanas recomendado na bula.