Covid: Brasil completa um ano de vacinação com 68,5% totalmente imunizados
O Brasil completou hoje (17) um ano do início da campanha de vacinação contra a covid-19. De lá para cá, 147.308.222 habitantes concluíram o ciclo vacinal - ou seja, tomaram as duas doses ou a dose única de imunizante contra a doença. O número equivale a 68,57% do total da população do país. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nas informações fornecidas pelas secretarias estaduais de saúde.
Os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos imunizantes e questionamentos sobre a eficiência das vacinas tiveram contribuição decisiva para a demora no início da vacinação no país. O Brasil ainda enfrentou problemas com fornecimento de insumos, o que interrompeu a campanha em várias cidades devido à falta de doses.
No momento, o país passa por uma nova discussão após o início da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos. Mais uma vez, Bolsonaro e membros do governo federal atacaram a iniciativa, que já estava em prática em vários países de forma segura.
Desde 10 de dezembro, diversos estados enfrentam dificuldades para registrar informações sobre a vacinação. O problema ocorreu após um ataque hacker ao site do Ministério da Saúde, ao aplicativo e à página do ConecteSUS (plataforma que mostra comprovantes de vacinação contra a covid-19). Hoje, algumas unidades da federação voltaram a atualizar seus dados, o que explica os números elevados na comparação com os dias anteriores.
De acordo com a Our World in Data, plataforma ligada à Universidade de Oxford e referência mundial em estudos estatísticos sobre a covid-19, o Brasil está atrás de países como Chile (87,25%), Cuba (86,32%), China (84,52%), Uruguai (77,03), Argentina (74,07%), Equador (73,01%) e Costa Rica (69,87%) em relação à parcela da população com vacinação completa. Por outro lado, o país está frente de Peru (66,21%), Israel (64,8%), Estados Unidos (62,46%), Colômbia (58,18%), México (55,92%) e Rússia (47,09%).
Com o acréscimo dos dados represados de alguns estados, o Brasil chegou ao total de 162.210.686 pessoas vacinadas com a primeira dose, o correspondente a 75,51% da população nacional. Ao todo, já foram aplicadas 35.685.983 doses de reforço.
Entre as unidades da federação, o estado de São Paulo apresenta a maior porcentagem de habitantes com ciclo vacinal completo: 78,75% da população local. A seguir, aparecem Piauí (75,42%), Santa Catarina (74,67%), Minas Gerais (72,73%) e Rio Grande do Sul (72,33%).
O Piauí lidera, em termos percentuais, quanto à aplicação da primeira dose: 83,14% de seus habitantes. São Paulo (81,77%), Santa Catarina (78,58%), Rio Grande do Sul (77,76%) e Minas Gerais (77,38%) vêm na sequência.
Queiroga: 48 crianças receberam vacina de adulto e precisam ser monitoradas
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, relatou que 48 crianças com idades entre 5 e 11 anos receberam a dose errada da vacina contra o novo coronavírus no município de Lucena, localizado na região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba, e precisam ser monitoradas para apuração de possíveis efeitos adversos.
Em entrevista à CNN Brasil, Queiroga disse que todas as crianças receberam as doses antes da distribuição das vacinas específicas aprovadas pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e acabaram recebendo o imunizante contra a covid-19 com a dose "três vezes mais elevada", o que ele classificou como "um erro vacinal".
"Todas as crianças, apurei que foram 48, devem ser acompanhadas de perto para detectar possíveis eventos adversos da vacina, sobretudo quando se aplica uma dose mais elevada, três vezes a recomendada para crianças. Essas doses foram aplicadas antes da distribuição das vacinas específicas; isso é considerado erro vacinal. É preciso cuidar para que não haja esse tipo de erro novamente", declarou.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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