Associação cita preocupação com qualidade e falhas em autotestes de covid
Após a liberação para a venda de autoteestes de covid-19, no Brasil, a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) reforçou hoje a sua preocupação com a qualidade e por possíveis falhas na execução dos dispositivos. A associação, no entanto, ressaltou que apoia a utilização desta modalidade de testagem.
"Sobre a liberação da venda de autotestes de covid-19 no Brasil, a Abramed apoia a utilização desta modalidade de testagem, pois reconhece sua utilidade como triagem neste momento da pandemia, e aguarda a inclusão das orientações sobre o uso dos autotestes em uma atualização do 'Plano Nacional de Expansão de Testagem para Covid-19'", diz trecho da nota da associação.
Entretanto, sente-se na obrigação de alertar e reforçar a sua preocupação com a qualidade desses dispositivos e possíveis falhas na execução dos autotestes que, embora tenham uma aparente facilidade de aplicação, têm complexidade tecnológica e exigem que todas as etapas sejam realizadas com muito cuidado. Abramed, em comunicado publicado em seu site
Para a associação, "imperfeições nessas etapas levam a obtenção de falso-negativos, o que, do ponto de vista epidemiológico, é extremamente grave por trazer falsa sensação de segurança em relação a não transmissibilidade da covid-19".
Em reunião deliberativa realizada por videoconferência, nesta quinta-feira (27), a diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitároia) autorizou a venda de autotestes de covid-19 no Brasil. O colegiado aprovou, por unanimidade, a comercialização do produto em redes de farmácias pelo país. Foram, no total, 4 votos.
Na visão da relatora, Cristiane Rose Jourdan, os autotestes "podem sim, representar excelente estratégia de triagem e medida adicional no controle da pandemia". "Principalmente nesse momento que o contágio pela doença é grande e muitas pessoas não conseguem ter acesso pelo SUS [Sistema Único de Saúde] e pela rede privada", completou ela.
De acordo com o entendimento da Anvisa, as circunstâncias que impediam a liberação dos autotestes foram solucionadas com as resoluções do Ministério da Saúde, enviadas à agência na última terça-feira (25).
Entre as pendências estavam "critérios que garantam a eficácia e segurança no uso do produto, bem como a instituição de política pública do ministério que estabelecesse, especialmente, a orientação do público leigo sobre o manuseio dos testes, a conduta do usuário após o resultado e a notificação dos resultados".
A Anvisa prevê que os autotestes devem começar a ser comercializados já a partir de fevereiro.
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