Covid: Queiroga aplica primeiras doses de vacina feita com IFA nacional
O Ministério da Saúde aplicou, no fim da tarde de hoje, as primeiras doses da vacina contra o novo coronavírus da AstraZeneca feitas com IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) produzido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). O próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que é cardiologista, foi quem aplicou as doses, em quatro pessoas, em Brasília.
Outras duas pessoas foram imunizadas pela pesquisadora e professora da Universidade de Oxford, Sue Ann Clemens. A universidade britânica é parceira do laboratório anglo-sueco AstraZeneca no desenvolvimento da vacina em todo o mundo.
A solenidade contou com a presença de diversos membros do alto escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), como os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Cidadania, João Roma. Até o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que deu entrada ontem em pedido para ir à reserva do Exército, estava no palco do evento, ao lado das demais autoridades.
Em seu discurso, após chamar Pazuello de "amigo", Queiroga exaltou a importância da vacinação, apontando a quantidade de doses compradas pelo governo federal, e fez um aceno político a Bolsonaro.
"Nenhum ministro ou auxiliar do presidente Bolsonaro está envolvido em atos de corrupção. Sempre digo que o governo do presidente Bolsonaro é vacinado contra a corrupção", disse Queiroga, sem se aprofundar no assunto.
Queiroga também afirmou que a vacina da Astrazêneca roduzida pela Fiocruz com IFA 100% nacional é a que tem o menor custo para o país, apesar de não ter especificado valores.
O governo federal investiu cerca de R$ 1,9 bilhão para encomenda tecnológica, e, hoje, podemos ter uma vacina que é segura, bastante eficaz e que no Brasil tem resultados extraordinários
Queiroga sobre vacina da AstraZeneca produzida com IFA nacional
Produção no Rio
A vacina da AstraZeneca feita com IFA nacional começou a ser feita no país no início de janeiro. A produção foi iniciada após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar a modificação do registro do imunizante com a permissão da produção do IFA pela Fiocruz no Brasil. Antes do aval, o IFA usado para a fabricação da vacina era importado, em geral, da China ou da Índia.
Os imunizantes estão sendo produzidos no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, ou Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro. Segundo comunicado divulgado à época pela Anvisa, estudos de comparabilidade demonstraram que "ao ser fabricado no país, o insumo mantém o mesmo desempenho que a vacina importada".
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