Moderna inicia testes para possível vacina contra varíola dos macacos
A farmacêutica Moderna anunciou que iniciou testes pré-clínicos para uma possível vacina contra a varíola dos macacos. A doença é endêmica em partes da África, mas tem causado preocupação mundial com casos confirmados na Europa e na América do Norte.
Estudos pré-clínicos incluem testes em laboratórios, possivelmente com animais, mas sem envolver humanos ainda. Ontem, pesquisadores portugueses publicaram no site Virological o primeiro rascunho da sequência do genoma do vírus da varíola dos macacos.
Hoje, a OMS (Organização Mundial da Saúde) informou ter registrado 131 casos confirmados da doença fora da região endêmica e outros 106 pacientes com suspeita desse tipo de varíola.
Os Estados Unidos anunciaram que planejam distribuir vacinas contra a varíola dos macacos para pessoas que entraram em contato com outras infectadas —o país tem um paciente confirmado com a doença e outros quatro casos suspeitos.
OMS está vigilante
"Encorajamos todos vocês a aumentar a vigilância da varíola dos macacos para ver onde estão os níveis de transmissão e entender para onde estão indo", disse Sylvie Briand, diretora da OMS para Preparação Global para Riscos Infecciosos.
Ela afirmou que não está claro se os casos são a "ponta do iceberg" ou se o pico de transmissão já passou.
Em declarações na Assembleia Mundial da Saúde em Genebra, Briand reiterou a opinião da OMS de que é improvável que o vírus tenha sofrido uma mutação, mas disse que a transmissão pode estar sendo impulsionada por uma mudança no comportamento humano, principalmente quando as pessoas voltam a socializar à medida que as restrições da covid-19 vão sendo retiradas ao redor do mundo.
A OMS não acredita que o surto de varíola dos macacos fora da África exija vacinações em massa, uma vez que medidas como boa higiene e comportamento sexual seguro ajudarão a controlar sua propagação, disse outra autoridade sênior.
Estigmatização
Autoridades de saúde cogitam que a transmissão possa ocorrer através de relações sexuais, enquanto entidades pela diversidade alertam para que pessoas homossexuais e bissexuais não sejam estigmatizadas em meio à falta de informação sobre esse tipo de varíola.
Andy Seale, consultor de estratégias dos programas globais de HIV, hepatite e infecções sexualmente transmissíveis da OMS, falou ainda é cedo para qualquer tipo de conclusão sobre o assunto.
"Mesmo se estamos vendo alguns casos entre homens que fazem sexo com homens, esta não é uma doença gay, como algumas pessoas nas mídias sociais tentaram rotulá-la", afirmou. "Qualquer um pode contrair varíola dos macacos através de contato próximo."
Os primeiros casos da varíola dos macacos em humanos ocorreram após o contato direto com sangue, fluidos corporais ou lesões de pele ou mucosas de animais infectados.
A transmissão secundária, ou seja, de humano para humano, pode resultar de contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias - tosse e espirro -, lesões na pele de um indivíduo infectado ou contato com objetos recentemente contaminados com fluidos biológicos (sangue, saliva) de um paciente.
*Com informações da Reuters e RFI
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.