RS monitora caso suspeito de varíola dos macacos em Porto Alegre
A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul monitora um caso suspeito de varíola dos macacos em Porto Alegre, elevando para três o número de casos em investigação no Brasil. Ainda não há nenhuma confirmação, segundo o Ministério da Saúde.
O caso investigado no Rio Grande do Sul é de um homem, morador de Portugal, que viajou a Porto Alegre. Ele procurou atendimento médico em 19 de maio e, novamente, no dia 23.
Para ser considerado suspeito, a pessoa precisa apresentar início súbito de febre e erupção cutânea aguda, por exemplo. O paciente também deve apresentar pelo menos um destes sinais ou sintomas: dor nas costas, perda ou diminuição da força física e dor de cabeça.
O homem ainda passará por uma investigação para descartar outras doenças como infecções bacterianas de pele, sífilis, sarampo, catapora e dengue.
O paciente de Porto Alegre desconhece contato com pessoas em Portugal que tenham diagnóstico confirmado ou suspeito de varíola dos macacos. Ele relata melhora parcial das queixas citadas no início do tratamento e segue em monitoramento e acompanhamento clínico na casa de familiares.
A varíola dos macacos, normalmente uma infecção viral leve, é endêmica em países africanos, mas sua disseminação para países não endêmicos, como na Europa e nos Estados Unidos, tem levantado preocupações de especialistas e autoridades sanitárias.
Até agora, existem mais de 200 casos confirmados ou suspeitos em cerca de 20 países onde o vírus não circulava anteriormente.
O Brasil também monitora casos suspeitos em Santa Catarina e Ceará. "O Ministério da Saúde está em contato com estados para apoiar no monitoramento e ações de vigilância em saúde", informou a pasta.
Transmissão e prevenção
No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis, informa o Butantan.
Uma medida para evitar a exposição ao vírus é a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel.
O médico infectologista do Hospital Universitário de Brasília (UnB), André Bon, diz que autoridades de saúde são a principal forma de prevenção dessa doença —enquanto há "poucos casos no mundo, sem necessidade de alarde".
"Obviamente a utilização de máscaras, como temos feitos por causa da covid-19, por ser doença de transição respiratória por gotículas e evitar contato com lesões infectadas é o mais importante nesse contexto", enfatiza Bon ao explicar que a varíola dos macacos é menos transmissível do que a versão comum.
O período de incubação da varíola dos macacos costuma ser de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, conforme relato do Butantan. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.
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