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Vecina: Nunca deveríamos ter retirado máscaras em ambientes fechados

Colaboração para o UOL

31/05/2022 09h24Atualizada em 31/05/2022 12h26

O médico sanitarista Gonzalo Vecina disse, durante comentário no UOL News hoje, que as máscaras, como proteção contra a covid-19, nunca deveriam ter sido abandonadas em ambientes fechados. O Brasil tem registrado um aumento no número de casos.

"Acho que nunca deveríamos ter deixado de usar máscaras em ambientes fechados. Estamos frente a uma pandemia de uma doença que se veicula por respiração, gotículas que emitimos quando falamos. Essa pandemia continua firme e forte. Não tem quarta onda, ainda estamos na terceira", avaliou.

São Paulo, por exemplo, registrou um aumento de 251,8% no total de internados com covid-19 no último mês. Entre 30 de abril e na segunda-feira, 30, o total saltou de 56 para 197, tanto em leitos comuns quanto na terapia intensiva. Apesar da alta, o número ainda está bem abaixo do registrado em 30 de janeiro, quando o surto da variante Ômicron provocou 873 internações.

O aumento gradual na média móvel de testes positivos no país tem impulsionado uma retomada das recomendações para uso de máscara em locais fechados e nas escolas.

"Não tem nada de surpreendente nisso. Surpreendentes foram nossos governantes dizendo que iriam parar de usar máscara em ambientes fechados. Não tínhamos nenhum elemento para tomar uma decisão como essa", acrescentou Vecina.

O médico diz que houve uma motivação eleitoral na decisão de desobrigar o uso de máscara em ambientes fechados. Especialistas que trabalham diretamente com esses governantes teriam sido ignorados ou se omitido diante da pressão eleitoreira.

"Houve pressão, inclusive, para tirar o uso das máscaras no transporte coletivo, o que, graças a Deus, não ocorreu. Muitos bons técnicos se 'apequenaram' nesse episódio e não vieram à público fazer essa denúncia", revelou.

Média móvel de mortes completa 8 dias em estabilidade

Com 72 mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, a média móvel de óbitos completou oito dias em tendência de estabilidade. Ontem, o índice ficou em 120. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

O indicador variou 1% em relação a 14 dias atrás. Se o valor fica acima de 15%, indica tendência de alta. Quando está abaixo de -15%, queda; entre 15% e -15%, como hoje, significa estabilidade.

A média móvel é calculada a partir da média de mortes —ou de casos—, dos últimos sete dias. O indicador é considerado por especialistas a maneira mais confiável para acompanhar o avanço ou o retrocesso da pandemia.