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Vacinação contra sarampo em crianças atinge só 30%; campanha termina na 6ª

O sarampo é perigoso por seus efeitos diretos e também pelo dano ao sistema de defesa - Alamy
O sarampo é perigoso por seus efeitos diretos e também pelo dano ao sistema de defesa
Imagem: Alamy

Do UOL, em São Paulo

31/05/2022 10h52

A campanha de vacinação contra o sarampo no Brasil segue com baixa adesão e atingiu a cobertura de 29,97% em crianças de 6 meses a 4 anos, segundo dados disponibilizados nesta terça-feira (31) pela plataforma Localiza SUS, do Ministério da Saúde. A campanha será encerrada na sexta-feira (3).

O sarampo é uma doença infectocontagiosa provocada por um RNA vírus da família paramyxorividae, transmissível por secreções das vias respiratórias, como gotículas eliminadas pela tosse, espirro ou fala. Tem uma taxa de transmissão superior à da covid-19: estima-se que cada indivíduo com o vírus contamine de 12 a 18 pessoas.

Ao todo foram aplicadas 5.188.965 doses —a maior parte delas ocorreu no estado de São Paulo, com 831.713 doses, seguido de Minas, com 531.983 doses. A maior cobertura vacinal nesse público está na Paraíba, com 50,5%.

O UOL enviou questionamento à assessoria do Ministério da Saúde se o governo federal pretende prorrogar a data de finalização da campanha. Se houver resposta, a reportagem será atualizada.

O calendário de imunização contra o sarampo acontece de forma simultânea com o da Influenza. As crianças precisam tomar duas doses da tríplice viral com um período de, pelo menos, um mês entre elas. A vacina pode ser administrada junto de qualquer outra, exceto a da covid-19. Neste caso, é preciso esperar um intervalo de 15 dias.

Embora muitos a considerem uma doença comum da infância, o sarampo pode matar, principalmente as crianças com menos de 1 ano de idade, conforme pontua Mariana Varella, colunista de VivaBem, plataforma de saúde e bem-estar do UOL. Antes da existência das campanhas de vacinação em massa, nas décadas de 1970 e 1980, a doença foi, durante muito tempo, uma das principais causas de mortalidade e morbidade na infância.

Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação do sarampo da OMS (Organização Mundial da Saúde), como resultado do esforço nacional para acabar com a doença. Mas, em 2018, o vírus voltou a circular no país, embora a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, faça parte do Calendário Nacional de Vacinação e seja oferecida gratuitamente pelo SUS.

Entre 2018 e 2021, houve quase 40 mil casos de sarampo no país, com 40 óbitos. Os dados também revelam que, desde 2015, o Brasil apresenta queda da cobertura vacinal de todas as vacinas.

Os motivos para a diminuição, de acordo com a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), são a falta de informação dos profissionais de saúde acerca do calendário vacinal; falta de informação da população; falta de confiança nos governantes, instituições e profissionais de saúde; horário limitado de funcionamento dos postos de saúde; desinformação; comunicação falha; e crescimento do movimento antivacinista.